quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O sonho

E foi aí que durante o meu sono da tarde eu começo a pensar: podemos amar muito algumas fases da vida, mas elas precisam passar.
Sonhei com os tempos da escola, com a oitava série. Foi o melhor ano que eu tive. Passou devagar, curti seus momentos e lembro com saudade desse tempo.
Mas enfim, ao sonhar, reviver um pouco dessa coisa toda, senti um leve desconforto ao no sonho me olhar no espelho e me ver com 20 anos. Me senti cansado. Aquilo que acontecia à minha volta, as brincadeiras, as conversas, não tinham mais tanta graça. Era bom, mas não era mais pra mim.
Eu gostava da escola. Gostava do ensino médio, mas isso acabou em 2008. Nunca tinha me acostumado com essa nova fase da minha vida trabalhando e fazendo faculdade. Ainda não me acostumei.
Mas não me imagino mais levantando as seis e meia da manhã, colocar um uniforme, pegar um ônibus para ir ao colégio. Não é mais pra mim.
Passou... e agora não sei mais em que fase estou.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Sensatez

Em tempos como esse, o final do ano, que eu já devo ter escrito algumas vezes sobre como eu odeio, temos sempre que parar para refletir.
Chego a conclusão (provisória, é claro) de que o ano pode ser visto nada mais nada menos como um jogo de video game.
Sim, dizem pra gente não levar a vida tão a sério, como um jogo, mas dependendo da vida que se leva ou do jogo que se joga, você acaba levando a sério de mais. Porém, a vida, diferente do jogo, acaba lhe exigindo muita sensatez.
Quando se termina um jogo, não se tem tamanha paciência para voltar a joga-lo em seguida. É o que eu sinto quando acaba o ano.
Estou cansado, não quero voltar a jogar.
Penso em me demitir, em largar a faculdade.
Mas a sensatez, oh doce sensatez, me faz parar para pensar e sou obrigado a ter que aturar todas essas coisas que me incomodam novamente.
Mal vejo a hora de perder a sensatez. Joga-la pelo ralo como uma gozada que se esporra no banho. Bem assim, como se já não tivesse a menor importância.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Comentário

Eu queria ter descoberto há mais tempo que quando você escreve um comentário mal criado em algum site, os donos deste são os que recebem um processo judicial.
Eu não teria escrito comentários com o eufemismo e requinte que costumo ter quando escrevo aqui. Eu teria sido muito mal criado. Em muitos sites. E com muitas pessoas.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Conclusão de madrugada

E no fim das contas:
Amy Winehouse não morreu de overdose
Cassia Eller não morreu de overdose
e os sensacionalistas não pedem desculpas.
Apenas lucram com suas extraordinárias mentiras.
E quem pede desculpa foi obrigado a por uma notinha de uma linha no fim de sua página
a fim de evitar um processo por sua calúnia.
E assim segue o mundo.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Essa sexta

Apesar de ser sexta-feira
A única coisa que me anima hoje é a aula de filosofia.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Manhã de segunda

Uma manhã de segunda ouvindo Joy Division
Há tristeza, preocupação?
Sempre há por mais que se tente manter as aparências
Mesmo tentando se fazer bonitinho
Escrevendo centralizado pra dar um ar de mais eufemismo
Não é simples por mais que devesse ser
A mente mantem-se perturbada
Falta alguma coisa
E sempre faltará
E isso frustra em uma manhã de segunda
Quando se começa
Quando não se tem mais paciência para começar

terça-feira, 26 de julho de 2011

Morte de si

Meus caros, neste último final de semana meu celular tocou as duas horas da tarde com o meu amigo falando que Amy Winehouse se foi. Tive que acordar e ligar a televisão para ter certeza do fato.
Confesso ter ficado surpreso apesar de sua tendência auto-destrutiva. Há críticas. Há elogios. Há o desconhecido.
Chamo de desconhecido o fato de a humanidade não saber lhe dar com a morte apesar de ela estar presente todos os dias em nosso cotidiano.
A moça estava ali, viva, fazendo seus shows e sendo vaiada em uma série de performances desastrosas. Bastou não estar mais entre o mundo dos vivos para ser quase endeusada com sua voz e vender suas músicas muito mais do que vendeu em vida. Procuramos isso. Damos muito mais valor quando a obra torna-se limitada. O mesmo aconteceu com Sinatra, Pavarotti, Michael Jackson.
O ponto de elogio é de sua voz e de como ela colocou um estilo de música já estagnado pelo tempo de volta as rádios. Confesso não ouvir muito a sua música e que apesar de ter um álbum o escutei poucas vezes. Ouve-se com outros ouvidos quando a pessoa morre e parece que o som dela está melhor.
A parte crítica é deixar em evidência os erros. O sensacionalismo dos tabloides ingleses que a condenam pelo uso indiscriminado de drogas. Bom, é fato que ela não é a primeira e nem a última celebridade que tem ligação com drogas. Apenas acho que depois da morte esse fato não é tão relevante quanto realmente parece, afinal de contas, Freud, por exemplo, não é tão lembrado como usuário de cocaína quanto pela sua contribuição a psicologia.
As pessoas que se auto destroem sentem uma necessidade natural de fazê-lo tentando viver uma vida inteira da forma mais intensa possível porque não conseguem ver graça numa vida calma. O que quero dizer é que se uma pessoa vive da forma que quer não cabe a nós julgar se o preço foi ou não alto demais.
Sei que sou sujeito a críticas já que no mesmo dia quase cem jovens foram assassinados na Noruega por uma simples questão de intolerância. São muitas vidas, mas resolvi escrever apenas sobre uma. Todas as vidas são importantes, claro, mas acho que não conseguiria escrever algo para cada uma delas.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

PL 122, Gays, Pedófilos e ignorantes

Novamente, o motivo de voltar a escrever vem da revolta, no caso de hoje, mais específico com este video: http://www.youtube.com/watch?v=1J_m0DLIEMc&feature=player_embedded
O que me causa revolta é a ignorância. É um absurdo como o desconhecido (no caso a homossexualidade) é colocado como algo ruim, um mal na sociedade.
Esta deputada, por exemplo, chega a um ponto onde, praticamente, iguala homossexualismo com pedofilia. O que eu não entendo é onde esses termos se tornaram sinônimos, porque desde a educação básica, aprende-se que ser gay é uma coisa e ser pedófilo é outra e completamente diferente.
Em seu exemplo, se ela tem duas filhas e a babá for lésbica, a PEC 23 irá proteger a babá se ela vir a molestar as crianças. Até onde estudei esse projeto e a PL 122, não há nada que se refira a proteção de um pedófilo. Se houvesse a violação da criança, a babá responderia por pedofilia e ponto, se ela é lésbica, isto é outra coisa.
Esta confusão absurda não é de hoje. Vem de um longo processo errôneo o qual confunde-se homossexual com promiscuo ou molestador de pessoas. Se o gay já é visto desta maneira, não vai demorar muito para inventar leis que venham a proibir um homem homossexual de entrar em um banheiro público masculino porque este terá a intenção de observar e bolinar outros homens. O mesmo se aplica as mulheres.
A PL 122 não privilegia ninguém, apenas passa a por em prática um direito que existe em constituição. Se, por exemplo, um indivíduo negro é humilhado por conta de sua cor, ele tem direito de buscar as medidas cabíveis contra o agressor. O que se busca, é que se um indivíduo for humilhado por ser gay, ele possa tomar medidas legais contra a pessoa que o humilhou. Aparentemente, nada de mais. É uma simples busca por garantir seus direitos.
A deputada cita, também, ter parentes homossexuais. Fica a minha pergunta: por acaso estes parentes demonstraram alguma atitude de promiscuidade a ponto de ser visto como pensar em pedofilia, estupro ou qualquer outra forma de molestar outra pessoa?
Vale lembrar, para quem ainda vê conexão entre homossexualismo e pedofilia, que: em uma relação homoafetiva há concessão de ambas as partes, eles sabem o que querem, tem o poder de decisão. A pedofilia parte de que apenas uma pessoa (o agressor) decide o que fazer com outro indivíduo (a criança) que não possui condição de defesa.
Basicamente, a única coisa que se busca com essa PL 122 é que gays possam andar na rua sem serem atacados com uma lâmpada fluorescente.

domingo, 17 de abril de 2011

Sobre uma vida curta

Para mim, não importa o tempo que se vive, contanto que esses tenham sido bem vividos...
Esse sou eu tentando viver, mesmo que seja por tão pouco tempo.
A velhice nunca foi algo que me dessa expectativas em relação a vida e morte.
Acho que dão esperanças e expectativas para o mundo apenas pra entrete-los e controla-los.
Sabemos que nada é eterno, portanto, há um grande risco desse eterno realmente não existir.
Vontade de viajar no tempo. A física quântica prova que é possível e lógico, apenas pelo fato de não poder se ver, já que pela física "um corpo não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Não sei, talvez desentregamos.
Diria para o meu passado viver mais e ser mais feliz. Escrevo para o meu passado e futuro há 3 anos. Queria ter chance de saber o que aconteceria, mas o bom é que tem aquela lembrança de como se pensava há um tempo atrás, nossas aspirações e o que de fato aconteceu.
Durante muito tempo achei que não sabia viver e como dira Guimarães Rosa " Viver é uma coisa perigosa"
Para mim agora, entorpecio de bedidas e charutos, penso da seguinte forma: Vale muito a pena correr o risco, nem que seja por um segundo que possa mudar sua vida.
Precisamos nos desafiar para permanecer vivos e reclamar como velhos cansados. Sempre devemos nos sentir incompleto para viver do seu jeito, se sentir completo acaba rápido e atralha em novas idéias.
Minha depressão passa quando estou bêbado ouvindo músicas que gosto. Asim como "A Metarmofose" de Kafka, acho que acabamos criando expectativas para nós mesmos e aprende a ter fé em si mesmo. Isso é importante.
Outra chave: não ser tão feliz. Como díria Oscar Wilde "Só há duas tragédias para o homem: não conseguir tudo que quer e a outra é conseguir".
Será que consiguimos viver mais nos desafiando e tentando sempre crescer intelectualmente?
Queria que a vida fosse um eterno sábado a noite de bebedeira. Sem responsabilidades e regras. Pena que não se pode estar no mundo de fantasia para sempre, uma hora ela também o deixa imcompleto.
O mundo é como uma droga: é uma porcaria, mesmo assim você vicia e quer mais, apesar de ter medo de como se estará.
Bom, vou voltar a viver, acho que já me expressei o bastante.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Resposta ao vereador Bolsonaro

Acabo de passar pela conta do Twitter do Filho de Jair Bolsonaro e neste, ele cita o blog de sua família.
De cara, achei o blog uma grande auto-lambeção. Não estava errado.
Coloquei o seguinte comentário sobre este post (não sei se meu comentário naquele blog será removido então decidi por minha opinião aqui):

Comentário:
"Se o estado é laico, independente da sexualidade, TODOS temos de pagar impostos, Não há nada de errado com esse projeto.
Todos tem direitos iguais perante a sociedade, então onde há problema em haver professores gays, ou pessoas do mesmo sexo adotando filhos desde que se assegure os direitos da criança?
A formação intelectual de quem é contra tal projeto é equivocada julgando uma pessoa por sua sexualidade. Vai contra príncipios éticos e religiosos."

Ainda não acredito que em pleno século 21 há pessoas que prefiram um Mahmoud Ahmadinejad governando uma sociedade com a mentalidade inferior a era medieval. Tão lamentável quanto, é uma sociedade eleger indivíduos assim.
Deve estar havendo uma promoção de lavagem cerebral por aí e não me contaram.
Ou os valores da sociedade atual foram invertidos (e também não avisaram).
É preocupante haver pessoas com essa mentalidade tão pequena e intolerante e não da para simplesmente ignorar.
As mesmas pessoas que pedem "Bolsonaro pra presidente" são as mesmas que ele irá condenar a guilhotina.
Ouvi e li de muita gente o quanto foi difícil a luta contra a ditadura militar e a falta de igualdade de direitos (e ainda não garantimos a total igualdade de direitos). Porque pensar em retroceder?
Sem mais comentários.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Um desabafo de segunda

Acabo de terminar mais uma ficha para entregar a um patético professor da faculdade. Acho que já escrevi um pouco sobre faculdade aqui no blog, principalmente os primeiros posts, mas o que ainda não escrevi são coisas que a faculdade não ensina.
Desde o ensino fundamental ao médio, somos ensinados a ter e dar valor às próprias opiniões e que a cópia não leva ao aprendizado. Até aí tudo bem, mas no ensino superior a situação muda completamente.
Comecei meu curso de Administração em uma faculdade particular até que consegui entrar em uma universidade estadual. Na particular os professores mostram o quão importante é o ensino superior fazendo o aluno se sentir grande intelectualmente. Bom, pelo menos eu me sentia assim.
Já na estadual, o que os professores me fizeram sentir foi: você está entrando pequeno e sairá pequeno, a não ser que continue estudando. Não vou tirar o mérito do "continue estudando", mas desde o princípio colocam o ensino superior como algo que não tem todo aquele valor que dão no ensino fundamental e médio. Um famoso TCC (trabalho de conclusão de curso) é reduzido desde as primeiras aulas a um simples trabalho que deverá ser entregue no final do curso.
Aprendi também (da pior maneira) que ao entrar em uma universidade sua tão valiosa opinião agora não tem o menor valor. Quem tem opinião são os mestres, doutores, PhDs, enfim, o que estiver acima de pós-graduação. Eles afirmam e você que copie tudo direitinho e quando for afirmar ou tentar opinar tende usá-los como base para afirmação.
O triste é que de tantos e tantos professores que se tem na faculdade, só um me fez sentir essa tamanha insignificância. Irônico é o fato de ele ser um dos coordenadores do curso. Um indivíduo que deveria estimular o estudante na faculdade é simplesmente o que mais frustra. E não é só a mim. Na verdade não conheci um aluno, tanto de outras salas e outras séries, que sentisse interesse ou entusiasmo na aula deste professor. Quando fiquei sabendo que ele irá se aposentar depois deste semestre, pensei seriamente em trancar a matrícula e voltar só em agosto.
Desabafo não só porque reprovei apenas na matéria dele e fiquei retido no semestre, mas porque nunca imaginei o dia em que uma pessoa me fizesse pensar em deixar o curso.
Na aula dele, sinto como se tudo que eu escrevi aqui, nos meus diários e cadernos espalhados pelo quarto fossem reduzidos a mera filosofia de buteco. Ler Nietzsche, Kafka, Tolstoi, etc, ainda não me torna uma pessoa melhor, independente da reflexão que fiz com essas influências. Sempre escrevi esse blog com idéias minhas, inspiradas em autores ou experiências próprias e no máximo o título é copiado apenas com o intuito de mostrar de onde tirei a influência.
Não consigo dar importância a tal aula. Um professor que dá vários print screens e vem nos dar aula sobre "como utilizar o Google", não é um professor que quer se dar ao respeito. Aliás, um professor que não tem respeito pela minha opinião não merece o meu respeito, não importa seu nível de superioridade.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Preguiça e novas fases

Quer maior razão para ficar sem escrever do que a preguiça?! Não só ela, mas também o vicio no mundo e no entreterimento passivo que é a televisão.
Só pra dizer que não tenho escrito, estou viciado em Twitter, mas não tenho escrito nada que me dê orgulho faz um tempo.
Acho que estou num desagradável bloqueio mental que já dura alguns meses. Ainda planejo escrever sobre ser universitário, o entreterimento passivo, meu livro (que anda parado) e a tristeza de se ter músicas e ninguém para tocá-las.
Escrevi hoje mais pra começar o ano no blog, afinal de contas, dizem que o ano só começa depois do carnaval mesmo.
Eu sou uma delas.
Feliz Ano Novo.