terça-feira, 18 de maio de 2010

Será que eu vou virar bolor?

É fato: nunca gostei de ficar velho. Escrevi algumas vezes sobre o pesar de fazer 18 anos. E agora eu tenho 19.
Estive pensando em que escrever sem que nada de muito interessante me viesse à mente. Até que me apareceu uma.
Lá estava eu, no centro da cidade, chapado depois de vodca, energético, cerveja e um ensaio de 2 horas com a minha banda (ah, sim, por falar nisso, entrei em uma banda, sou gutarrista e vocalista!) conversando com um desconhecido do lado de fora de um bar. Não me lembro muito bem de como chegamos ao assunto, mas começamos a falar sobre a velhice. As responsabilidades que a idade traz consigo.
"Meus amigos na minha idade (ele tem 27) já estão se casando, pensando em filhos. E eu aqui, sem pensar nessas coisas" dizia ele. Filhos. Eis que me veio a minha maior reflexão em um momento como aquele: Filhos, outras vidas. Mal sabemos cuidar da nossa, como cuidar de outras pessoas?
Foi a questão que tomou conta de boa parte da minha noite. A responsabilidade que se tem ao gerar outra vida é algo fascinante e ao mesmo tempo assustador. Como cuidar de outra vida além da sua? Alguém que não está grudado à você, não pensa como você e tem planos diferentes dos seus.
Não é como os intrometidos que cuidam da sua vida. Me veio à cabeça aquela coisa de fofocas e pessoas que nada mais tem a fazer do que cuidar da vida alheia para... para... sei la para quê. Talvez satisfação da curiosidade (não vou tirar o mérito da curiosidade sobre a vida alheia porque o tenho, a diferença é o que eu faço com a informação que no meu caso, guardo para mim), mas sempre há aqueles dispostos a se beneficiar dela.
Bom, trazendo isso ao assunto em que comecei, há de se ressaltar a diferença na questão de que cuidamos da vida alheia pelo simples fato de sermos como leitores da pessoa ou situação. De um modo mais fácil de explicar, cuidamos da vida alheia porque a lemos, há um narrador observador onisciente lhe contando o que acontece e o que a pessoa supostamente pensa e apenas lemos, observamos, não nos diz respeito e não afetará nossas vidas.
Já a responsabilidade de cuidar de outra vida porque você a gerou e tem obrigação de zelar por ela é algo completamente diferente. Escrevemos, somos narradores observadores, você não sabe o que a outra vida está pensando, porém o que ela pensa pode lhe afetar diretamente em nossas vidas.
Não sei se você, caro leitor, tem filhos ou é mais velho ou entendeu o que realmente quis dizer. O tempo não vai deixar de passar, vamos envelhecer e responsabilidades virão de qualquer forma. Eu não penso em casar ou ter filhos, de fato não sei lhe dar com a minha própria vida, que dirá com a de outra. Minhas responsabilidades crescerão casando ou não, tendo filhos ou não. Pelo menos há uma unica coisa boa que vem com o tempo: a maturidade. Espero.

domingo, 2 de maio de 2010

Introdução alternativa

Segue abaixo a introdução alternativa do que eu chamo de "livro".

“Você nasce, passa-se o tempo. Logo estamos na adolescência. Ah sim, doce adolescência. A juventude, a imaturidade, a intensidade. Você não sabe o que irá acontecer e, de fato nem liga para isso. E para quê ligar?! O que isso importa?! O que realmente importa?

Depois de um tempo olhas para trás e percebe que pouca coisa realmente é importante. Você não lembra de um dia inteiro, o dia foi importante?! Lembra de um sorriso em especial?! Isso foi importante. Quando você ficar velho, olhará para trás e perguntará ‘qual foi o sentido da minha vida?!’ Você já não se lembra de 90% dela. Só aí perceberá que certas coisas não possuem sentido. Por mais incrível e patético que seja, nem tudo possui uma resposta mirabolantemente elaborada para satisfazer sua curiosidade.

Porquê você ama?! Sabes o que amor?! O que é amar?! Quando está sentindo-o?!

Sabes retribuir tal sentimento?!

Ah o amor. Tão profundo, sentimental, incondicional... o verdadeiro amor está em si e em sua capacidade de demonstra-lo.

Ah o ódio. Tão profundo, sentimental, condicional...

Sabes sentir?! Tão intenso, singular. Se não for assim, jamais sentiu algo. Jamais possuiu sentido.

Lucidez?! Isso existe?! Você acha?! Porquê há de existir se as melhores coisas e sensações que sentirá e viverá acontecem na falta dela?!

Porquê a lucidez?! Tão lúcida e entediante. Tão racional e sem graça.

À uma vida privada de sentidos.”