terça-feira, 8 de junho de 2010

Pequenas coisas

Em meio a terapia semana passada percebi uma mania que me destrói e que muitas pessoas tem: o menosprezo.
Dizem que o prazer da vida está nas pequenas coisas, logo, menospreza-las torna-se um sério problema. Mas eu me pergunto: O que são as grandes coisas da vida? O que são as pequenas?
Eu pensei nisso por muito tempo e... quem sabe distinguir as coisas grandes das pequenas? Para alguns, passar no vestibular é uma coisa grande, um acontecimento feliz, algo conquistado com a sua força de vontade. Para outros, é algo tão pequeno quanto ir ao mercado fazer compras.
Acho que consideramos as coisas grandes e pequenas pelo avesso. Não é a simplicidade da ação que define seu tamanho, é como ela é aproveitada. Uma tarde com os filhos com brincadeiras simples da a impressão de ser a pequena coisa mais divertida do mundo para os pais. Porque isso deveria ser pequeno? É algo que torna as pessoas felizes, não pode ser pequena. As crianças se divertem com poucas coisas como uma caixa de papelão, por exemplo. Sim, a caixa é algo pequeno, o que a criança imagina e faz com ela a torna grande, maravilhosa e feliz. E quando a olhamos, invejamos como elas se divertem com aquilo.
Com o tempo, esquecemos como podemos fazer pequenas coisas se tornarem grandes, menosprezamos e não vemos o quão feliz aquilo nos poderia fazer.
Este final de semana fui a uma festa infantil e olhei como as crianças se divertiam brincando no pula-pula. Parecia tão... infantil, pequeno, simples. Onde está a felicidade em ficar pulando freneticamente em uma cama elástica sem um motivo aparente?
Eu tive vontade de pular.
Muita vontade.
Até que uma hora eu tirei a blusa, o tênis e fui pular.
Algumas pessoas viram como ridículo. Meus pais viram como ridículo. Algo sadio, inofensivo, simples, feliz... Porque fazer isso parecer pequeno?
Menosprezamos as pequenas coisas, o mundo. Menosprezamos a nós mesmos.

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