domingo, 21 de junho de 2009

Angústia da Insanidade (puro)

Oh, graças ao bom Bog, o tempo se estabilizou. Calma, eu explico, conto a vocês agora uma das mais bizarras experiências da minha vida, e ela ocorreu da noite de ontem à madrugada de hoje.
Era um tedioso sábado sem planos, sem alma, sem vida. Eis aí o ócio pesado e dolorido e eis eu ali, enjoado de ficar no quarto, enjoado da sala, enjoado do computador. "Quer saber, vou sair, se eu ficar mais um minuto em casa eu vou pirar de vez." pensava o pequeno Black. Mal sabia o que a noite reservava para ele.
8 da noite: o ócio, "o horror, o horror", cara, vamos embora, ligou para o seu amigo, pouco dinheiro no bolso e temos de voltar cedo, mas pelo menos não vamos ficar em casa.
Saímos, rodamos o mundo, como sempre, não havia clima, havia frio e o tédio permaneceu: Agora sair era o tédio, não queria estar na rua, não queria estar em casa, não queria estar em lugar nenhum, fomos ao bar.
Encontramos uma amiga que conhecemos na noite anterior, uma velha senhora se senta ao nosso lado e pede compania, ok, bebeu com a gente, fumou uns cigarros e se foi. Nossa amiga saiu para ir a uma festa, mas voltou uns minutos depois, sua festa seria muito longe para voltar a pé.
Saimos os três, fomos a outro bar e foi la onde a angústia da insanidade bateu forte como uma bela pancada na cabeça, ou como quando minha sinuzite ataca ( que acredito ter sido o caso).
Bom, bebemos pouco, mas acho que o frio, o sono e beber gelado fez algo em mim que nunca acontecera antes. De repente, vi coisas que não existiam, vultos, uma sensação estranha, eis ali o jovem Black tendo alucinações no que ele chamava de lucidez.
"Putz, cara, não estou muito bem" dizia a si mesmo e seus amigos, a moça foi embora e ficou só o meu colega, fomos a outro bar e lá, rolava um delicioso The Cure com um pequeno problema: O tempo.
Do nada, o tempo pura e simplesmente decidiu correr duas vezes mais rápido. Sim, te juro de pé junto que os ponteiros rodavam duas vezes mais rápido e as músicas também. O que era para ser mais uma noitezinha de quem sai apenas para não ficar em casa começava a ser um pesadelo ao vivo.
Alucinações, névoas e luzes brancas e pretas para todos os lados, era assim que eu estava enxergando. Vou explicar o melhor que eu posso: pense em uma meia luz alaranjada como as dos postes na cidade, no chão, o preto da calçada com um leve acinzentado, como uma televisão mal sintonizada com "fantasmas" e na rua, o alaranjado, com o preto do asfalto e chuviscos brancos e cinzas como televisão mal sintonizada. E agora, pense que você está vendo o tempo passar duas vezes mais rápido que o normal.
No bar, isso acontecia enquanto ouvia The Cure a dupla velocidade: pesadelo ao vivo. Tocou "In between days", "Just like heaven", "High" e "Friday I´m in love" que eu adoro e elas não soam tão bem aceleradas, minhas músicas maravilhosas agoram me davam angústia. Pensei "O cd deve estar com problema". Com problema estava eu.
Pegamos carona para casa, andei alguns metros vendo alucinações, me senti como no clipe "Like a rolling stone" dos Rolling Stones, entrei em casa, tomei um banho e meu sono se espantou. Fui ligar o computador.
Pesadelo?! "Isto é a vida real? Isto é só fantasia? Pego num desmoronamento, Sem poder escapar da realidade". Foi no computador em que descobri que realmente o tempo estava dobrado. No bar, pensei que o problema fosse o som, quando comecei a ouvir músicas no computador, fiquei sem reação: Olhei varias vezes o relógio para ter certeza sobre a oscilação do tempo. Tinha momentos em que os segundos demoravam mais para passar e de repente dobravam de velocidade. Vista alucinada?! Sim, mas e a audição?
Ela seguia o tempo que eu olhava, mas ao fechar os olhos continuava rápida. Ja deviam ser cinco horas da manhã, mas o relógio dizia duas e pouco.
Larguei o computador, até minha preciosa "caixa em forma de coração" corria alucinada pelo tempo, mas minha tristeza aumentou quando ouvi "Sunday Morning" do Velvet Underground. Ela não, oh não, ela é naturalmente lenta e calma e não aquela coisa frenética que rolava em meus ouvidos. Fui ver televisão.
Hoje dormi lá pelas 7 da manhã. Não havia sono, muito estranho pois sono é o que eu mais tenho quando minha sinuzite ataca ou quando se bebe demais.
Acordei tarde. Até as 5, 6 horas da tarde, o tempo correra dobrado, mas agora, o tempo se estabilizou, as músicas voltaram a sua devida velocidade.
Se não foi minha sinuzite, nem bebida, estaria eu pirando de vez?

2 comentários:

Unknown disse...

Por uma analise psicologica social você deve ter sentido todos seus sentimentos num momento máximo de extase sentimental por diversos fatores, numa analise comum foi um momento cabreiro que qualquer outro ia cagar 20kg de medo mas na analise real acredito que foi um momento de reflexão de como a rapida passa rapida diante de nossos olhos... ou foi a mistura de cerveja com frio com cinosite e The Cure.

Senhor Coruja disse...

(medo_do_black.com)
parece um filme q eu vi uma vez...