
25/11/09
Oh sim, boa estava a festa, o problema foi seu desfecho. Uma habitual briga do casal me fez refletir coisas sobre minha vida.
Era uma simples festa de aniversário quando a moça se sentiu largada por seus convidados e claro, a culpa cai sobre seu namorado que nada mais fez do que tentar ajudar. Sim, a injustiça. Me lembrei da minha relação com a ex e me vi no lugar dele, o suficiente para me deixar incrivelmente e indescritivelmente mal. Tentamos ser bons, fazemos o possível e o impossível para fazer bem aos nossos amores, mas não é suficiente para conter a fúria da amada.
Não sei se fui um insensível ou um mala, mas tentei passar uma idéia de “relaxa, teoricamente a culpa é sua, ela nunca vai ver que está errada, vocês vão fazer as pazes e morre o assunto”. Não sei se agi mal, mas fazia aquilo mais por mim do que pelo pobre coitado que sofria o momento. Em um momento como aquele, bem que eu queria alguém para me dizer o que viria a seguir, como a situação se resolveria.
Lembro-me de uma ocasião em que uma discussão que prometia levar umas meia hora no máximo, uma idiotice quanto a faculdade, tornou-se uma conversa que durou a noite inteira. Aconteceu no início desse ano. Meu problema foi depressão. Uma depressão forte e repentina que tomava conta do meu ser. Talvez fosse o fato de eu não querer admitir que vivia uma ilusão. Uma ilusão que eu sabia que era e que mesmo assim sustentei até o seu trágico fim o qual saí com a cara da mentira e da vergonha estampada na minha cara. Admito meu erro, porém, não deixo de me achar injustiçado. Podia não ser o melhor namorado do mundo, mas fiz tudo ao meu alcance para fazê-la feliz, claro que certas mancadas acontecem, mas ainda sim sem intenção de ferir. Meu único crime foi mentir. Mentir para quem eu mais amo. Fora uma coisa importante que havia ocorrido, mas como acontecera há um certo tempo, a mentira é uma forma de tirar o meu da reta, mas confessei em seguida, não dava pra mentir e foi isso que pesou. Claro, tenho certeza que mesmo que eu fosse sincero naquele momento, ela já havia encontrado sua desculpa para se livrar de mim e eu perderia o meu amor, a minha ilusão que cultivei por tanto tempo. Penso sobre “O que teria acontecido se eu tivesse dito a verdade?”
Não sei se acabaria ou não, se seria absolvido de meu pecado. Como não sei e nossa história teve este fim, cometi e cometo esse pecado, agora transformado em “esses”. Aconteceu muita coisa desde que acabou. Músicas para ela que nem chegaram a ser escutadas por sua musa inspiradora. Pensamentos, ambições, carinhos, tudo foi deixado para trás por conta de uma mentira sincera. Agora, visto tudo que se passou, não sei se ainda preferia viver “o teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer” ou se gosto da vida desregrada a qual vivo atualmente.
O problema é que mesmo se envergonhando, mas não me arrependendo do que já fiz, ainda a amo, a ponto de tamanho amor me fazer mal por não estar perto ou ser o amor dela.
E pensar que toda essa reflexão veio a partir de uma briga de outro casal. O pensar, o querer ajudar, a empatia extrema torna-se apatia.
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