domingo, 10 de janeiro de 2010

Exame de direção (puro)


Como um jovem de mente imaginativa, confesso, envergonhado, que nunca imaginei como seria meu exame de direção. Bom, confesso também que aconteceu de tudo que jamais imaginaria. Meu exame teve apenas um problema: Uma direção.
Ao contrário da jovem colega que no momento da baliza não consegue frear o carro e bate de frente com a parede, fiz uma baliza, modéstia parte, linda, perfeita, de primeira, menos de 3 minutos.
Fiz até amizade com a examinadora, conversamos altas coisas sobre trabalho e até falavamos de um churrasco. Comecei a andar e de boa. Nem esqueci as centenas de setas para desviar, retornar, sair e voltar de novo. Setas sempre foram um problema pra dirigir. Bom, estava prestes a fazer o que acredito que era a última curva antes de ela me mandar estacionar e encomendar meu CNH quando, não mais que de repente, havia uma árvore no meio do caminho.
Gosto de árvores, nunca tive nada contra elas até que essa me fez uma super mancada: escondeu a placa que dizia "proibido seguir em frente". Não vi a placa, nem reparei no chão, segui reto ao invés de fazer a curva e bum: falta eliminatória. Ainda que se eu tivesse seguido reto mesmo sem aprovação da examinadora, tudo bem, daríamos outras voltas, mas para a minha definitiva falta de sorte, minha reta dava em uma contra-mão. Nem tinha argumento pra retrucar, tentei culpar a simpática árvore, mas o aviso no chão me denunciou.
Nem a examinadora acreditou em uma cagada tão inesperada quanto essa. E como se não bastasse para piorar meu dia, ainda tinha que voltar para o trabalho terminar um serviço que tive de deixar para fazer a porcaria do exame.
Bom, sei que eu passo tranqüilo, mas não deixo de pensar que por causa de uma árvore e uma reta, me impediram de semana que vem receber em casa meu CNH.
Uma reflexão?!
No caso da minha histórinha sobre tirar carteira, ela significa que vou ter de esperar mais um tempo pra dirigir por aí, além de desembolsar uma grana pra refazer o exame. Mas quanto a vida?!
Acho que pela primeira vez na vida, uma escolha tão literal quanto seguir uma reta me levou a contra-mão.
Quantas vezes fizemos as curvas e retas erradas na vida que definitivamente mudaram o rumo das nossas vidas?
Não é questão de uma curva, mas as conseqüências dela.
Como vamos saber quantas vezes andamos numa reta que nos leva a contra-mão?!
Quando for tarde demais pra retornar, talvez.

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