quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O indivíduo frente a ética nacional (destilado)

Transcrevo aqui a redação que escrevi no ENEM 2009. Particularmente, pela primeira vez (e espero que seja a última) colocam em cheque um tema que eu tenho base para argumentar a questão. O parênteses expressa meu desejo de nunca mais fazer ENEM. 180 questões e uma redação no final de semana, é no mínimo complicado. Bom, la vai.

O Brasil sempre teve de lhe dar com situações cuja a ética é questionável. Atualmente, esta é algo que a cada dia que a cada dia perde seu valor moral frente a sociedade, ao indivíduo em si.
Vivemos em um momento histórico em que o famoso e básico "jeitinho brasileiro" tornou-se algo louvável ao invés de seguirmos as normas como foram propostas. Atos que há tempos seriam considerados vergonhosos como "furar" fila, por exemplo, é hoje tomada como uma ação inteligente. O político corrupto já é considerado um clichê, não nos assustamos mais com a falta de escrúpulos desta estirpe de pessoas cuja finalidade original era proporcionar e garantir os direitos dos cidadãos que vivem sob seu mandato.
Do outro lado sobram as pessoas cuja fibra moral e ética permanecem, ainda que em pouca parte da população de fato. O humor ácido e sarcástico de Millôr Fernandes no texto de apoio é um triste exemplo o qual vimos e rimos frente a algo que pouco a pouco (se ainda não se tornou) encaramos como um novo clichê. Ácido e cruel, porém real. E quem encara tal situação como algo a ser revisto é mal visto pela sociedade.
O país em que vivemos hoje tornou-se a "caverna" do mito de Platão. Contemplamos as "sombras", a alienação da televisão, cuja opinião já está formada e é "vomitada" em cima de nós. O assistencialismo da política que sempre nos traz soluções a curto prazo em troca do seu "abençoado voto". Observamos todas as imperfeições de nossa sociedade e à aplaudimos como a verdade única, absoluta, que ninguém tem o direito de tentar mudar, pois se ousar, há de ser impedido, assim como no mito da caverna.

Para quem ficou curioso: 1ª prova: 47 acertos; 2ª prova: 49

Carta ao pai (destilado)

Em meados de outubro, escrevi esta carta em versos para o meu pai com a finalidade de me demitir. Bom, vontade não me falta, mas por questões financeiras há de se suportar, não?!
Ia entrega-la no início deste mês.
Particularmente, é uma carta de muito bom gosto, eufêmica e criativa. Espero que gostem.

Fim do ano já chegou
Se aproxima o verão
Com um mês de antecedência
Anuncio minha demissão

Escrevo no fim do ano
Porque tenho uma intenção
Quero deixar o trabalho
Com o 13º na mão

Acredite, é só por isso
Que aguento até então
Se não quisesse esse dinheiro
Já tinha saido há um tempão

O ano novo está chegando
O natal já está aí
Junto a ele o fim do emprego
Logo estarei fora daí

Esta fase pós-escola
Começou ano passado
Recebi a grana do mês
O que foi de meu agrado

Mas queria mais dinheiro
Valorizei meu trabalho
Não recebo o que devia
E nunca foi de meu agrado

Sabe porque o dinheiro não traz felicidade?!
Passamos o dia inteiro em busca de dinheiro
Sem ver o sofrimento
Que nos causa tal maldade

Não gosto deste trabalho
Me desgasta acordar cedo
Tentei lhe dizer antes
Não tenho o perfil do emprego

O acordar para um pesadelo
É algo desagradável
Todo dia tentei fugir
De uma depressão inevitável

Estou aqui e me sinto preso
Quero expandir meu horizonte
Não adianta ficar aqui
E fazer o mesmo de ontem

Já não aguento mais essa turma
Dias e dias me estresso em vão
Não quero fazer o trabalho deles
Não trabalho sob pressão

Espero que depois dessa
Não haja ressentimento entre nós
Lhe escrevo esta carta
Pois há tempos não tenho voz

Te digo: não tenho voz
Pois falar não adiantaria
Até mandando e-mail
Simplesmente não bastaria

Odeio este trabalho
Mas não queria chegar atrasado
Pois você sempre fica falando
Aquele velho discurso chato

Tão chato que até cansava
Seus feedbacks não são elegantes
Se queria me mandar embora
Já devia te-lo feito antes

Finalmente chego ao fim
Com alívio no coração
Pois não fui mal educado
Em minha carta de demissão

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

It´s better to burn out? (puro)

Um belo dia há uns dias atrás, tive uma estranha vontade de escutar "this time around" dos Hanson. Claro, sem deixar de escutar depois aquele clássico "save me" que embalava a novela das 8. Minha questão é: Alguém viu eles por aí hoje?!
A questão da fama. Sim, de fato ela dura pouco se você não transa idéias novas para continuar explodindo na mídia.
Os Hanson sumiram, se casaram, tem seus filhos, Macaulay Culkin... A última informação que tive sobre ele era que ele tinha se casado e se separado. E isso faz quase 10 anos. A última vez que eu o vi, foi no funeral do Michael Jackson em que ele parecia um mero figurante entre as centenas de personalidades famosas em evidência no local.
O que me intriga é a questão da frase que tornou-se celebre na música do Neil Young e mais tarde na última carta de Kurt Cobain: "It´s better to burn out than to fade away" "É melhor queimar do que se apagar aos poucos".
Discuto isso porque pensemos entre nós. Como um exemplo simples, posso citar os Mamonas Assassinas. Vamos aos fatos: Você acha que eles seriam tão lembrados se não tivessem morrido daquela forma trágica?!
Tenho quase certeza que não, afinal de contas, você se lembra do Twister?! "Meu amor, esse amor, tá 40º de febre, queima pra valer, queima pra valer..." Você se lembra do P.O. Box?! Esse definitivamente você não lembra. Silvinho Blau Blau então nem se fala.
Agora, Mamonas, Nirvana, Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Doors, Queen, por aí vai, o que tem em comum?! Todos queimaram, Não se apagaram aos poucos como os grupos citados no parágrafo anterior.
Os Mamonas tiveram um trágico acidente, Kurt Cobain se matou, Janis e Jimi tiveram uma overdose, Jim Morrison teve um ataque do coração, Freddie Mercury se foi com AIDS, enfim, todos esses sucessos o qual lembramos explodiram em fama e se apagaram em fama num espaço de 6 meses 3 anos e meio, 4 no máximo.
Eu sei que aparentemente pode ser ridículo, mas na minha opinião, uma vez famoso, há de ser famoso sempre, manter a fama, como a exceção da regra Raul Seixas que depois de 73 dificilmente foi esquecido, lançando sempre canções novas comerciais muito vendáveis, sem deixar de dizer o que bem queria.
Bom, se eu fosse famoso, acho que não ia querer ver minha carreira se apagar aos poucos, sumir da mídia aos poucos acho que é uma coisa deprimente a longo prazo. Por exemplo, fazer fama aos 20 e desaparecer da mídia. Aos 40 eu estaria na terapia chorando porque minha fama acabou.
A questão é que todos que conseguem essa atenção especial de um público, por mais que não admita, sempre sentirá falta de tal atenção, do luxo, lixo e flashes que lhe são oferecidos. Se você não morrer, vai se deprimir no futuro, mesmo que tenha filhos ao lado para lhe consolar, a euforia da fama sempre ficará na cabeça como os dias mais felizes de sua vida. Quem morre, é história, é praticamente endeusado, imortalizado no panteão dos deuses da fama, da vida comentada nos tablóides, de escândalos e de seu fim épico.
É melhor queimar do que se apagar aos poucos?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Empatia (destilado)



trecho do meu diário:

25/11/09

Oh sim, boa estava a festa, o problema foi seu desfecho. Uma habitual briga do casal me fez refletir coisas sobre minha vida.

Era uma simples festa de aniversário quando a moça se sentiu largada por seus convidados e claro, a culpa cai sobre seu namorado que nada mais fez do que tentar ajudar. Sim, a injustiça. Me lembrei da minha relação com a ex e me vi no lugar dele, o suficiente para me deixar incrivelmente e indescritivelmente mal. Tentamos ser bons, fazemos o possível e o impossível para fazer bem aos nossos amores, mas não é suficiente para conter a fúria da amada.

Não sei se fui um insensível ou um mala, mas tentei passar uma idéia de “relaxa, teoricamente a culpa é sua, ela nunca vai ver que está errada, vocês vão fazer as pazes e morre o assunto”. Não sei se agi mal, mas fazia aquilo mais por mim do que pelo pobre coitado que sofria o momento. Em um momento como aquele, bem que eu queria alguém para me dizer o que viria a seguir, como a situação se resolveria.

Lembro-me de uma ocasião em que uma discussão que prometia levar umas meia hora no máximo, uma idiotice quanto a faculdade, tornou-se uma conversa que durou a noite inteira. Aconteceu no início desse ano. Meu problema foi depressão. Uma depressão forte e repentina que tomava conta do meu ser. Talvez fosse o fato de eu não querer admitir que vivia uma ilusão. Uma ilusão que eu sabia que era e que mesmo assim sustentei até o seu trágico fim o qual saí com a cara da mentira e da vergonha estampada na minha cara. Admito meu erro, porém, não deixo de me achar injustiçado. Podia não ser o melhor namorado do mundo, mas fiz tudo ao meu alcance para fazê-la feliz, claro que certas mancadas acontecem, mas ainda sim sem intenção de ferir. Meu único crime foi mentir. Mentir para quem eu mais amo. Fora uma coisa importante que havia ocorrido, mas como acontecera há um certo tempo, a mentira é uma forma de tirar o meu da reta, mas confessei em seguida, não dava pra mentir e foi isso que pesou. Claro, tenho certeza que mesmo que eu fosse sincero naquele momento, ela já havia encontrado sua desculpa para se livrar de mim e eu perderia o meu amor, a minha ilusão que cultivei por tanto tempo. Penso sobre “O que teria acontecido se eu tivesse dito a verdade?”

Não sei se acabaria ou não, se seria absolvido de meu pecado. Como não sei e nossa história teve este fim, cometi e cometo esse pecado, agora transformado em “esses”. Aconteceu muita coisa desde que acabou. Músicas para ela que nem chegaram a ser escutadas por sua musa inspiradora. Pensamentos, ambições, carinhos, tudo foi deixado para trás por conta de uma mentira sincera. Agora, visto tudo que se passou, não sei se ainda preferia viver “o teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer” ou se gosto da vida desregrada a qual vivo atualmente.

O problema é que mesmo se envergonhando, mas não me arrependendo do que já fiz, ainda a amo, a ponto de tamanho amor me fazer mal por não estar perto ou ser o amor dela.

E pensar que toda essa reflexão veio a partir de uma briga de outro casal. O pensar, o querer ajudar, a empatia extrema torna-se apatia.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Maturidade (puro)

"Acabei de dar um check up geral da situação, o que me levou a reler 'Alice nos País das Maravilhas', já chupei a 'Laranja Mecânica' e lhe digo mais, plantei a casca na minha cabeça..."
Ouvindo esse trecho da música do Raulzito, fui obrigado a fazer um check up geral da minha situação. O que andou acontecendo nos últimos dias não só comigo, mas com tudo à minha volta. Acho que fazê-lo é algo que nos faz crescer.
E depois de fazer o tal check up, decidi que deveria ler Alice. Oras, se um quarentão conhecido e respeitado se da ao trabalho de relê-lo, quem sou eu para achar a obra algo infantil?! Afinal de contas, a tal "Laranja" eu já tinha chupado há quase um ano.
Estava para escrever sobre isso há um tempo, mas achei que seria legal ler Alice antes de vir depor no blog.
Realmente, não é uma obra infantil. Aos 13 anos, fui convidado pela professora na 7º série a ler, pois haveria um trabalho sobre. Peguei o resumo, achava a obra infantil demais para me dar ao trabalho. Ainda bem que não o li. Os momentos no livro em que chegamos até uma crise existencial seria muito forte para eu aguentar em plena depressão. Afinal de contas, quem somos?! O que fazemos?! Onde quero estar?! Como eu mudei, o que há mais para mudar?! Acredito que um livro infantil não me faria refletir tanto. Se eu o tivesse lido aos 13, acho que iria me esconder no canto do quarto e cair em um choro compulsivo.
Eu já devia estar dormindo, mas a imaturidade não me permite que me renda a dormir e aturar o que chamo de uma "depressão inevitável". O trabalho. Esta semana inteira cheguei atrasado. Imaturo, sim, mas quem é o louco que acorda feliz sabendo que lá vem stress na sua cabeça?!
A questão é: O que é maturidade?! Por que alguém demora uns 40 anos pra fazer um check up geral de si mesmo?!
No meu caso, como uma criança tímida de poucos amigos sobe num palco e faz um show anos depois?! Como de jovem quieto em um show eu tenho a audácia de me jogar contra uma bateria?! Acredite-me, fiz isso uma vez ano passado em uma hora de muita insanidade.
Por que há necessidade de crescer e se jogar em um mundo estranho e selvagem onde trabalho é bom, se deixar alienar é bom, não ter opinião é bom?! Pra mim isso é um absurdo.
Outra coisa, assim como no livro, acho o tempo ridículo. Quem lê o que escrevo sabe o quanto odeio o tempo e fato de sermos obrigados a seguir suas regras. Acho ridículo andar com o tempo preso ao corpo quando em um livro, podemos ser amigos dele. Acho que músicas falam disso, tipo aquela do Pato Fu: "Tempo tempo, mano velho, falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio..."
Ao pararmos para crescer, façamos todos um check up geral e conversemos com o tempo, quem sabe podemos chegar a um acordo. Para ser sincero, nem eu depois de odiá-lo tanto parei para ter a brilhante e genial idéia de conversar com ele.
Meu check up vai além de Lewis Carroll. Ainda tenho de ler Nietzche, Dostoiévski, Kafka, por aí vai, acho necessário não apenas ver o mundo, mas lê-lo também é essencial.
Estamos em novembro, chocantemente em novembro. "Os dias foram longos, mas o ano foi curto." Por onde andamos enquanto o mundo girava?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Um som para se lembrar (puro)

Para a melhor compreensão deste texto, é necessário ver este video:
Há um ano, no mesmo 30 de outubro, eu realizava pela última vez (por enquanto) uma apresentação em um dos melhores palcos que já toquei. O som saiu ruim, mas acredito que consegui passar minha mensagem para as pessoas que ali estavam (principalmente na hora do grito).
Tinha sido um dia extraordinário. Boa parte do dia passei com a minha então namorada e nem mexi muito com guitarra. Na hora da passagem de som nem subimos ao palco, pois tudo ocorria em cima da hora, os primeiros problemas estavam por vir.
Na hora da apresentação, o microfone estava péssimo, o cara que trabalhava no som era um verdadeiro amador, muita gente cantou sem ao menos ouvir sua voz.
Na minha vez os problemas foram maiores, pois o baterista eu acabei por deixa-lo de escanteio, já que não demonstrou muito interesse. Haviam 3 guitarras sendo que usei meu amplificador e o que estava no palco suportaria só mais um. Resultado: microfonia.
Estavamos demorando demais até que decidi iniciar a música. Como se pode perceber no inicio, o som do microfone é quase nulo e não tivemos um bom retorno deste som. Meu microfone dava choque, particularmente, sem maldade, prefiro encostar os lábios no microfone, já que eu fico meio mole pra tocar e cantar ao mesmo tempo. Na minha cara, uma luz forte que me cegava me forçou a fechar os olhos em certos trechos. Meu desespero era tamanho que eu queria gritar "alguém tire essa maldita luz da minha cara!".
A parte do solo foi uma das mais desastrosas. Havia uma conexão entre o baixo e a guitarra que acabou se perdendo, talvez, porque a gente só ensaiou uma vez e apresentou o som uma vez para que os concorrentes a conhecessem. Uma hora o baixo entrou em tamanho desacordo que olhei pra saber o que ocorria e o cara parou de tocar. Me virei nos 30 pra achar uma conclusão do problema.
Quando voltamos ao refrão, esperava que meu colega também o cantasse enquanto eu fazia um pequeno solo, quando percebi que ele não cantou, voltei pra voz. Não estava escutando minha voz, tinha uma luz na minha cara, meu momento "o solo fodástico" foi por água abaixo. Gritei tão forte quanto meu pulmão aguentou e justamente nessa hora acho que o microfone desentupiu e voltou a funcionar. Junto com o meu delírio, boa parte do público também entrou em extase e o final pra mim foi a melhor parte. Pular, sentir o grito do público ao ouvir seu nome, ah sim, pra mim ouvir todo aquele rebuliço por minha causa era o suficiente para ganhar o dia.
O professor de música da escola me criticou, no dia seguinte, um monte de gente que eu nem conhecia me elogiava quanto ao som do dia anterior e dois garotos pediram pra eu autografar suas guitarras. Se eu tivesse encontrado eles depois realmente teria autografado.
Bom, foram menos de 10 minutos no palco, mas o suficiente para mudar toda a história da batalha das bandas no colégio. Fiquei sabendo que este ano, a apresentação foi fechada apenas para os estudantes do colégio e só seria permitido música gospel. Pode ter sido egoísta da minha parte ter feito tudo aquilo, mas se eu consegui abrir uma brecha em meio ao uma escola conservadora, tenho certeza de que quem me ouviu aquele dia também conseguirá fazê-lo. Sempre há uma música religiosa mais extravagante, forte e agressiva. O pogo (aquela roda durante um show de punk ou hardcore em que a platéia se empurra, da socos e chutes) mais violento que já presenciei foi em um show de metal religioso.
Aos que ficaram na escola e que me lêem, jamais se esqueçam que sempre há uma brecha em uma regra mal elaborada. Libertem-se e expressem-se, pois afirmo com certeza que é muito difícil tocar em um palco tão grande e delicioso como aquele. Quem presenciou as minhas performances excêntricas naquele palco, sabe que sempre haverá um jeito de se expressar mesmo sob a censura.
Um abraço a todos os amigos que ficaram por lá. Boa sorte para todos vocês!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O que querem de mim?! (puro)

Final do mês passado tive o prazer de ir de livre e espontânea pressão a junta de serviço militar para saber se teria que ridiculamente prestar um ano de serviço gratuito num lugar que funciona a base de gritos, pessoas sem humor e folgadas.
Sim, digo folgadas porque depois de ter que ir lá de graça as 5 da manhã e passar um monte de privações, ao ver você, um ser desconhecido que corre o risco de parar ali também, ele vai tirar onda da sua cara, folgar com você e você ainda é obrigado a aguenta-lo sob o risco de ser preso por desacato a autoridade.
Isso é totalmente ridículo. Ser preso por um soldadinho de chumbo que não tem sequer uma patente mas acha que tem poder suficiente pra te fazer de otário.
Bom, pelo menos o que me conforta foi eu ser dispensado logo na pré seleção. Encontrei dois colegas por lá ambos com a placa amarela no pescoço que indica que você fora convocado.
O que me intrigou lá foi uma coisa bem simples: Nenhum soldado reclama. Quase todos os soldados que eu vi a princípio não queriam estar lá. Depois de um tempo passaram a adorar o local, os colegas e a carteirinha do exercito que lhe permite entrar gratuitamente em locais pagos. Não sei porque, acho que se acostumam, se acomodam com novas amizades, nova rotina. Me senti num lugar cheio de robôs.
É o que ando vendo por todos os cantos: estamos sendo alienados. Passam uma mensagem do exercito como sendo uma coisa boa, super bacana quando no máximo o que você vai fazer de interessante por lá é rapel. Oras, junte uma galera, umas cordas, alguém que manje do assunto e vá para uma pedreira fazê-lo. Não me convém em nenhum momento levantar 4, 5 horas da manhã, se arrastar na lama, comer larvas e fazer todo um treinamento de sobrevivência para no máximo, no máááximo parar lá em Honduras ajudar um país que nem meu idioma fala. E você nem aproveitaria a viagem porque iam te colocar para garantir a segurança, resumindo, nem a cultura local você irá conhecer.
No meu trabalho, tenho um colega que se esforça para fazer 20 horas extras e está feliz porque vai crescer na empresa. Eu não sei onde está a essência disso. Perder horas e horas de sua vida num lugar onde te pagam um quinto do que você os faz ganhar com o seu esforço e que se você crescer, ainda sim nunca te pagarão o que realmente merece ganhar.
Tentam te ensinar no mundo que trabalho é uma coisa boa e deve-se ficar grato por tê-lo. Oras, se trabalho fosse coisa boa há séculos atrás nunca haveria escravidão. Povos dominavam outros povos para não pegar no batente. Que coisa boa é essa?!
Estamos sendo alienados e oprimidos. Assim como em casa, no trabalho e as vezes até na faculdade eu não tenho voz para opinar, somos obrigados a ser quem não somos. Em casa ninguém pergunta o que eu quero ou se eu quero. Simplesmente mandam. No trabalho é assim, além de não tê-lo escolhido, não tenho direito a opinar. Na faculdade, a cada dia que passa me identifico menos com o curso e sabe o que me fez ter certeza que não quero segui-lo?! As próprias aulas, as ligadas a psicologia e ao que nos faz pensar. E depois de tudo isso ainda me dizem que eu devia estar feliz e conformado com a "maravilhosa" vida muda que eu levo.
Finalmente voltei a escrever. Mais ácido, crítico e rabugento, pois aqui, é o único lugar em que posso dizer ainda que calado, minhas opiniões.

domingo, 20 de setembro de 2009

September (puro)

Sinto muita falta de escrever... Do que escrever... Porque escrever. Ando escrevendo muitas coisas no meu diário, tentando fazer músicas, mas nada aqui, não sei o que escrever no meu blog de pequeníssimo público cativo.
Pensei em por trechos do meu diário, mas é pessoal demais, minha vida é um livro aberto, mas não tão aberto assim. Meu diário esconde coisas que nunca admiti, pensamentos soltos, dias e dias de vidinha pacata com pensamentos sórdidos...
Espero ansiosamente por uma boa inspiração pra por aqui.
Bom, pelo menos setembro está passando rápido né?! Logo logo poderei acordar...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O mês que finalmente acabou (puro)

Finalmente esse mês acabou. Nem acredito na infinidade de coisas que fiz nele, mas ainda bem que acabou porque eu to sem grana desde a metade dele.
Agora chegamos a setembro, outro mês que eu também não vou muito com a cara. Pelo menos nele tem feriado, mas a primeira coisa que eu pensei quando chegou o mês foi aquela música do Green Day.
Wake me up when September ends...
Ou não.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O nada existe! (destilado)

"Acredite-me, o nada existe ou nada existe. Este texto só existe porque você esta lendo e agora ele tem valor. O que você acabou de ler já não existe mais.Tudo que você leu e irá ler não possuem nenhum valor até que você o leia.

O passado não existe. Este nada mais é do que uma imaginação coletiva no qual todos passaram a acreditar que existiu. O que você acabou de fazer já não existe, mas você imagina que existiu.

Não estou te vendo. Você não existe. Você nada mais é do que uma imaginação coletiva no qual as pessoas acreditam que você existe. Se você não está me vendo é porque eu não existo, mas há uma série de imaginações coletivas que dizem que eu existo. Você me lê, mas isto não é garantia de que eu exista ou este texto existe. Aliás, tudo pode ser fruto da sua imaginação que gera uma imaginação coletiva e o faz acreditar que tudo isso é real. Talvez possa estar em coma em um hospital acreditando que estou escrevendo tudo isso assistindo o jornal na televisão.

Não consigo mais sorrir. Não vai demorar muito para acreditar que tudo que acontece é uma conspiração, pequenas ações presas ao plano maior que está sendo executado aos poucos."

Trecho do meu diário.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Breve conclusão (destilado)

De pontos extremos chegamos ao igual:
O fogo assim como o gelo
Queimam a pele

Amor (destilado)

Como descrever o amor?!
A melhor droga do mundo, não da pra viver sem.
Quanto mais, melhor, quanto mais, mais se necessita,
mais se há dependência,
mais se morre à sua abstinência.

domingo, 23 de agosto de 2009

Tempo? (puro)

Negue o tempo.
Acredite-me, ele não existe.
Foi criado por homens e é manipulado por eles.
Nego o tempo completamente, mas não tenho um nome para descrever o que se passa.
O mundo gira em torno do tempo.
Somos apenas pequenas pecinhas de uma grande conspiração ou como já ouvi uma vez "Apenas trabalho no filme, não explico as piadas."
Estamos tão preso a isto que chamamos "tempo" que já andamos presos à ele.
Temos o tempo preso ao corpo.
Temos relógios.

Sapato 36 (puro)

"Eu calço é 37, meu pai me dá 36. Dói, mas no dia seguinte aperto meu pé outra vez."
Não escrevo essa frase do Raulzito porque estamos na época de 20 anos sem a figura. Escrevo porque essa frase no seu subjetivo é incrível.
Cara, meu pai não entende certas coisas que se passam na minha cabeça. Claro que pode ser loucura o que se passa nela, mas são minhas coisas, minha vida, minhas escolhas.
Trabalhar com o velho não foi lá uma super idéia, mas sustenta meus "mimos". Papai quer mais. Ele não ve necessariamente as minhas necessidades atuais, pensa demais no futuro. É aí que a coisa não dá certo.
Não sou trabalhador, trabalhar nunca foi meu forte. Não durmo 4 horas por noite, definitivamente não gosto de levantar cedo. Trabalho off-line, no automático, pra chegar em casa e durmir até a hora de correr pra faculdade.
Até gosto da faculdade. É mais fácil que o colegial, sem dúvida, nem qualquer sombra dela. Vamos aos fatos: no terceiro ano do colegial, eu tinha 20 matérias diferentes. Na faculdade, eu tenho 6. Isso é mole.
O trabalho complicou um bocado as relações com o meu pai. Não temos assunto, não há intimidade, nossa relação é muito "patrão-funcionário" só que em casa.
Intimado a viajar esse final de semana pra ver umas plantações lá pros lados de Marília, percebi que papai quer meu bem, mas pra isso, vai ter que me alienar à força.
O trabalho tenta alienar o homem, papai tenta alienar o artísta, no caso, eu.
Tentam nos convencer de que o trabalho é algo bom quando sabemos que não. Trabalho é uma maldição, é fato. Escravisavam as pessoas em um passado nem tão distante para que outros não se dessem ao trabalho, para que pudessem pensar e comandar.
Eu sou um pensador, não sei trabalhar e nem me interessa saber, acredite-me, penso demais, o tempo todo. Já comecei a me vender pro sistema, mas este não irá me alienar enquanto tiver a capacidade de pensar.
"Eu tenho as minhas idéias, meu pai têm as dele. É chato, mas no dia seguinte sigo oprimido novamente."

domingo, 16 de agosto de 2009

Falta inspiração... (puro)

Cara, muito tempo sem escrever me irrita, mas, o que escrever afinal de contas?! Escrever por escrever é tão deprimente quanto não escrever.
As semanas passam batido, o final de semana é conturbado, tudo é uma rotina, o tempo voa, envelhecemos e eu nego o existência do tempo porque não acredito que as vezes o tempo passe tão depressa e as vezes tão devagar e dificilmente enxergamos no que mudamos.
Há alguns meses atrás meu final de semana era outra rotina, há alguns minutos era quarta-feira.
O final de semana razoavelmente careta tornou-se promiscuo e tão mente aberta que as vezes meu cérebro pula fora da minha cabeça. O prazer, o sexismo e a carência afetiva é uma coisa um tanto chocante pra mim quando não devia ser mais, não que seja chocante, é algo subjetivo e explícito ao mesmo tempo, talvez esta seja a graça.
Alguns velhos hábitos mudam aos poucos. Sem amante, apenas um caixinha em forma de coração guardada, pensamentos mudam, apesar de não acreditar no tempo, ja parou pra ver o quanto você mudou em um ano?!
Pelo que me lembro e pelo meu diário, estava bem melhor, estava fazendo algo que chamo "um jogo de amor", me sentia entusiasmado e ancioso, hoje, a única coisa que ando esperando é meu dinheiro no início do mês para consumir e depois me achar ridículo por isso.
Anda faltando uma droga muito foda no meu organismo da qual eu era viciado. Sem ela não há inspiração de verdade, o problema dela, é que quando a tenho não há como descreve-la, de qualquer forma, acabo por não escrever bem.
Falta inspiração e um pouquinho daquela droga pra me deixar um pouco bem por algum tempo.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

As aventuras de Black von White na cidade de São Simão (puro)

Lá nos confins do estado de Sampa temos uma legítima "cidade fantasma" onde eu vou me reciclar e desintoxicar da cidade grande. Alí naquele pedacinho vermelho do mapa está São Simão.
Fantasma digo eu porque aparentemente há mais gente morta lá que viva e boa parte da cidade já está com o pé na cova.
Era para ser uma grande cidade, cheia de gente rica e tals e realmente tem uma galera de posses por lá.
É cheia de lendas, afinal de contas, quase todas as noites que passei por lá, era possível escutar os lobisomens e a todo tempo, é possível ver vultos ou assombrações. Altas pessoas estão enterradas por lá. Rolou umas doenças no século passado e já num tinha onde enterrar a turma, fizeram umas valas, covas coletivas e tals, mas com o passar dos anos as cercas cairam e construiram a cidade por cima, no cemitério da cidade as novas covas estão sendo feitas por cima das antigas vítimas da febre amarela, uns tempos atrás acharam um corpo perto da casa da minha tia, onde me instalei, resumindo, cavar um buraco nas proximidades do cemitério ou abaixo da linha do trem, é bem possível achar uma ossada, um pó de ossos, uma rocha vulcânica ou um belo terno velho.
O interessante é a paz que a cidade me traz, me sinto feliz lá, não paro em um canto, saio o dia todo e boa parte de noite porque eu sempre saio com os meus primos e a cidade tem toque de recolher pra menores de idade.
A cidade é isolada do mundo, nem tanto porque a gripe suina chegou lá, mas digo porque a internet lá é uma coisa rara, as vezes a internet banda larga fica fora do ar por semanas, ter uma lan house por lá não é uma boa.
Nos finais de semana o embalo de sábado a noite é ir pra pracinha, tomar sorvete e comer um lanche. Para os maiores de idade o negócio é ir pras Bahamas, um barzinho maior que alguns dizem ser um bar gay e que tem um dark room. Quando se vai ficar com alguém, você desce umas ruas e pronto, a privacidade é garantida. Depois da meia noite é um deserto.
Na semana a cidade tem um movimento igual ao de domingo numa cidade grande. As vezes parece intediante quando se fala "cidade pequena, parada, pracinha", mas, na prática é delicioso a paz que se sente, o ar puro dos morros e sair pra andar de triciclo.
Voltei mais saudável, ganhei peso, bebi menos e perdi stress.
Mal vejo a hora de voltar...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Viajando (puro)

"Sai de caminhada pelas estradas, com as malas na mão, pedindo carona, violão na costa eu fui pra São Simão!!!"
Além da falta de inspiração pra escrever, agora estou há uma hora de sair de viagem, logo, provavelmente só voltarei a escrever algo interessante depois da semana que vem.
Vou para o meu refúgio espiritual desestressar a cabeça cansada de procurar o que reclamar, vou esquecer do trabalho, da faculdade, da vida. Quer saber?! "Tô nem aí com a paçoca!"
Abraço! 
Se der, talvez escreva algo interessante lá em São Simão. Vou me inspirar, pensar em músicas, andar de skate e quando voltar, prometo super textos e super músicas, hits nacionais.

domingo, 5 de julho de 2009

A noite de ontem (puro)

Como nas muitas andanças de sábado, sempre volto com uma história pra contar. O que foi a tarde e a noite de ontem?! Andanças, festa, vinho e comida.
Saímos mais cedo. Ontem o dia começou de verdade as 4 horas e não as 7 como o de costume. Foi eu e o meu colega de sábado encontrar mais uma turma no centro da cidade. Paramos no nosso habitual bar, bebemos umas 2, comprei uns filmes (O Poderoso Chefão e Scarface) e fomos embora, ainda tinhamos que encontrar o resto da turma.
Chegamos na tal festinha julina que iamos, encontramos a turma. Em 10 minutos ja estavamos indo para outro bar, um meio longe da festa, mas andar nunca foi problema. Estavamos em 6, compramos 3 garrafas de vinho, meio litro pra cada um. Certo que eu acredito ter bebibo bem mais que o resto, eu e outros 2 colegas. Voltamos pra festa, dançamos um pouco, brincamos de Michael Jackson (moonwalk, essas coisas) e aí, acabamos por ir para outra festa, do outro lado da cidade.
Acho que caminhamos por uma hora, uma e meia, talvez, chegamos de baixo de uma leve chuva e descobrimos que pra entrar na festa, só com autorização e presença de um sócio do clube onde tava rolando a festinha. Conhecemos muita gente, mas o que chamou a atenção foi um gordinho (como chamava os amigos dele) que fizemos amizade e que estava disposto a tudo pra entrar.
Tentamos conversar com muita gente em vão até que tivemos a brilhante idéia de pular algum muro. A festa estava cheia de seguranças, o que tornava a idéia um tanto complicada. Demos a volta e quase desistimos, iamos embora e beber, mas um do nosso grupo não queria e voltou para a entrada. Ele estava com o dinheiro da turma então tivemos que voltar e nessa hora, o gordinho achou um meio de entrar. Tinha uma "senhora" entrada por baixo de um dos portões cercada de carros, o que esconderia a gente. Nessa hora, só 3 de nós queria entrar, um já tinha ido embora. Ajudamos uma mulher a estacionar e... ela era sócia. Os 3 conseguiram entrar e ficamos o gordinho, meu colega e eu observando.
O gordinho queria ir por de baixo do portão, só não tinha coragem. Talvez ele se fudesse, mas não queria se fuder sozinho, queria que fossemos junto e por um momento, cogitei a idéia de entrar.
"Se der errado, ele se fode sozinho", disse o meu colega. Ele queria que a gente entrasse primeiro, mas como a idéia era dele, sabe como é, "Antes ele do que eu". Ele olhou pro meu colega e perguntou "Cara, se eu entrar vocês entram?" "Entramos" "Jura por Deus?" "Juro". O que nem passava pela cabeça do jovem garotinho, é que ele queria garantia pedindo jura por Deus perguntando a um ateu.
Ele foi, se abaixou depois do primeiro carro, passou pelo outro lado do portão. Olhamos um na cara do outro: "Vamos embora!" e saimos rindo. Oh man, eu queria ser um mosquinha pra saber o que aconteceu com aquele garotinho. Será que ele se deu bem?! Se algum guarda o pegasse, dava pra ele parar no juizado de menores. Por um momento, fiquei com peso na consciência, mas, com ou sem a gente, ele ia tentar entrar na festa, só demos um apoio.
Andamos e andamos novamente. Acho que andamos uns 15 km ontem. Comemos um lanche. Não bebemos e nós mesmos estranhamos tal fato: não beber e chegar mais cedo em casa. Em casa, antes da meia noite, antes das 11 pra falar a verdade.
Cara, o que será que aconteceu com o gordinho?

sábado, 27 de junho de 2009

Tchau Michael (puro)

Como músico, sinto-me na obrigação de falar do Rei do Pop.
Tá legal, nunca fui um super fã de Michael Jackson, mas devo meus respeitos, afinal de contas, o cara era foda.
Custou-me acreditar que realmente ele tinha morrido, recebi a informação na faculdade. A princípio não acreditei muito até vasculhar a internet e mesmo assim não acreditei porque haviam sites desmentindo a história. Só acreditei mesmo quando cheguei em casa e coloquei na CNN americana. "Breaking News: Michael Jackson dies". Aí, a ficha caiu.
Na hora eu fiquei chateado e até agora ainda há uma mágoa.
Ele era um dos pouquíssimos artistas completos na atualidade, digo completo porque hoje não tem mais artistas que tem o dom de fazer confusão por onde passam. O cara tinha processos, histórias misteriosas e um monte de shows pra fazer. Hoje em dia quem faz isso?! Amy Winehouse e Lindsay Lohan!!!
Até umas horas atrás, dava pra desconfiar de um golpe pulicitário, pois o site oficial ainda vendia ingressos. Ingressos para shows que definitivamente, não irão acontecer. Michael deixou muita gente na mão e muita gente mesmo, pois da série de 50 shows que iria fazer na Europa, boa parte ja estava com sua lotação esgotada.
Agora, os fãs que adquiriram o ingresso tiveram a oportunidade de ter o seu dinheiro de volta pela Sony que garantiu a devolução. Boa parte ficara com a ficha como souvenir ou venderá daqui a alguns anos em um leilão e acredite, a peça custará milhares e milhares de dólares.
Bom, ontem, como ja disseram os fãs no Twitter, foi o 11 de setembro da música pop. Para os EUA, acredito que seja como perder a Xuxa, o Pelé ou o Silvio Santos no Brasil.
A música acaba de perder uma lenda viva, agora é apenas uma lenda.
Descanse em paz, Michael, você cumpriu sua missão nesse mundinho.

domingo, 21 de junho de 2009

Angústia da Insanidade (puro)

Oh, graças ao bom Bog, o tempo se estabilizou. Calma, eu explico, conto a vocês agora uma das mais bizarras experiências da minha vida, e ela ocorreu da noite de ontem à madrugada de hoje.
Era um tedioso sábado sem planos, sem alma, sem vida. Eis aí o ócio pesado e dolorido e eis eu ali, enjoado de ficar no quarto, enjoado da sala, enjoado do computador. "Quer saber, vou sair, se eu ficar mais um minuto em casa eu vou pirar de vez." pensava o pequeno Black. Mal sabia o que a noite reservava para ele.
8 da noite: o ócio, "o horror, o horror", cara, vamos embora, ligou para o seu amigo, pouco dinheiro no bolso e temos de voltar cedo, mas pelo menos não vamos ficar em casa.
Saímos, rodamos o mundo, como sempre, não havia clima, havia frio e o tédio permaneceu: Agora sair era o tédio, não queria estar na rua, não queria estar em casa, não queria estar em lugar nenhum, fomos ao bar.
Encontramos uma amiga que conhecemos na noite anterior, uma velha senhora se senta ao nosso lado e pede compania, ok, bebeu com a gente, fumou uns cigarros e se foi. Nossa amiga saiu para ir a uma festa, mas voltou uns minutos depois, sua festa seria muito longe para voltar a pé.
Saimos os três, fomos a outro bar e foi la onde a angústia da insanidade bateu forte como uma bela pancada na cabeça, ou como quando minha sinuzite ataca ( que acredito ter sido o caso).
Bom, bebemos pouco, mas acho que o frio, o sono e beber gelado fez algo em mim que nunca acontecera antes. De repente, vi coisas que não existiam, vultos, uma sensação estranha, eis ali o jovem Black tendo alucinações no que ele chamava de lucidez.
"Putz, cara, não estou muito bem" dizia a si mesmo e seus amigos, a moça foi embora e ficou só o meu colega, fomos a outro bar e lá, rolava um delicioso The Cure com um pequeno problema: O tempo.
Do nada, o tempo pura e simplesmente decidiu correr duas vezes mais rápido. Sim, te juro de pé junto que os ponteiros rodavam duas vezes mais rápido e as músicas também. O que era para ser mais uma noitezinha de quem sai apenas para não ficar em casa começava a ser um pesadelo ao vivo.
Alucinações, névoas e luzes brancas e pretas para todos os lados, era assim que eu estava enxergando. Vou explicar o melhor que eu posso: pense em uma meia luz alaranjada como as dos postes na cidade, no chão, o preto da calçada com um leve acinzentado, como uma televisão mal sintonizada com "fantasmas" e na rua, o alaranjado, com o preto do asfalto e chuviscos brancos e cinzas como televisão mal sintonizada. E agora, pense que você está vendo o tempo passar duas vezes mais rápido que o normal.
No bar, isso acontecia enquanto ouvia The Cure a dupla velocidade: pesadelo ao vivo. Tocou "In between days", "Just like heaven", "High" e "Friday I´m in love" que eu adoro e elas não soam tão bem aceleradas, minhas músicas maravilhosas agoram me davam angústia. Pensei "O cd deve estar com problema". Com problema estava eu.
Pegamos carona para casa, andei alguns metros vendo alucinações, me senti como no clipe "Like a rolling stone" dos Rolling Stones, entrei em casa, tomei um banho e meu sono se espantou. Fui ligar o computador.
Pesadelo?! "Isto é a vida real? Isto é só fantasia? Pego num desmoronamento, Sem poder escapar da realidade". Foi no computador em que descobri que realmente o tempo estava dobrado. No bar, pensei que o problema fosse o som, quando comecei a ouvir músicas no computador, fiquei sem reação: Olhei varias vezes o relógio para ter certeza sobre a oscilação do tempo. Tinha momentos em que os segundos demoravam mais para passar e de repente dobravam de velocidade. Vista alucinada?! Sim, mas e a audição?
Ela seguia o tempo que eu olhava, mas ao fechar os olhos continuava rápida. Ja deviam ser cinco horas da manhã, mas o relógio dizia duas e pouco.
Larguei o computador, até minha preciosa "caixa em forma de coração" corria alucinada pelo tempo, mas minha tristeza aumentou quando ouvi "Sunday Morning" do Velvet Underground. Ela não, oh não, ela é naturalmente lenta e calma e não aquela coisa frenética que rolava em meus ouvidos. Fui ver televisão.
Hoje dormi lá pelas 7 da manhã. Não havia sono, muito estranho pois sono é o que eu mais tenho quando minha sinuzite ataca ou quando se bebe demais.
Acordei tarde. Até as 5, 6 horas da tarde, o tempo correra dobrado, mas agora, o tempo se estabilizou, as músicas voltaram a sua devida velocidade.
Se não foi minha sinuzite, nem bebida, estaria eu pirando de vez?

quarta-feira, 17 de junho de 2009

For Michel (puro)

Hehe, então, agora podemos ser presos?! É, eis aí a maioridade batendo à nossa porta, não da pra fugir ou se esconder.
Acho que ainda da pra gente fazer as nossas velhas coisitas como pular muros de cemitérios e beber até fechar a Keiko...
Cara, sorte sua não fazer faculdade. Eu faço aquele troço que chamam "Administração de Empresas" e believe me, faculdade nada mais é do que uma extensão do colegial, com os inteligentes, os zuados, o fundão, as bebidas e as drogas. A diferença é uma só: Lembra do trabalho que dava pra gente se esconder na escola e fumar um cigarro?! Agora da pra acender um ao sair da sala.
Cara, volte no final do ano, ou quanto mais cedo der melhor porque você faz uma falta da porra. Muitas coisas bizarras aconteceram quando você não estava aqui, os cemitérios ja não são mais os mesmos, nem os bares e nem os estranhos hábitos.
Abraço, cara, felicidades e feliz 18 anos!
De um estranho para outro, um estranho eu te amo!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Bohemian Rhapsody (puro)

Oh, caros leitores, por onde andei nos últimos meio mês?! Queria escrever, mas, ainda não sei o que escrever. É assim que se começam obras primas de genialidade ou um lixo qualquer q você ira ler por aí.
Ainda não faço idéia do que escrever e isto particularmente me envergonha. Quase sempre eu tenho algo pra falar ou reclamar, mas não, anda tudo tão confuso e tão calmo e tão baixo e voador.
Sei la, ao mesmo tempo que há essa serenidade as vezes rola uma guerra na minha cabeça, "por fora uma batalha, por dentro uma guerra".
Andei ouvindo muito Bowie, Júpiter Maçã, The Doors e to começando a achar que as músicas andam fritando demais minha cabeça. Coisas do tipo "Este não é o efeito colateral da cocaina""Algumas vezes me sinto sozinho, Algumas vezes você não tem para onde ir(...) Fique comigo, seja minha esposa" "Venha, venha, venha, agora, toque-me baby" "Um lugar onde as pessoas sejam loucas, e super chapadas, um lugar do caralho." Sons que as vezes flutuam sobre minha cabeça e eu tenho de escuta-las denovo e denovo e denovo até que elas se cansem.
Tem alguém lendo isto? As vezes penso escrever para o nada, bom, o nada existe. Se alguém está lendo dê um sinal, sério, escrever só por escrever não tem graça
Oh Bog, por onde anda minha inspiração que me fazia um poeta?! Agora sou só um incompreendido com idéias na cabeça e que não sabe apresentar ao resto do mundo. Estou preso ao meu pequeno mundinho contemplando as sombras e tomando-as como verdade, aplaldindo-as e achando que me sinto feliz.
Há dias estou sorrindo por obrigação, acho que estou perdendo a graça...

domingo, 31 de maio de 2009

A história de Black von White (puro)

Trago até vocês uma história de Black von White, o jovem poeta que conheceu o amor.
Ao contrário dos outros meninos de 5 anos em pleno jardim de infância, ele era o único garoto que se atrevia a conversar com os seres do sexo oposto, seres de outro mundo. Black era muito novo, mas ainda sim sentia certa atração por este outro lado do mundo. Sempre gostou de contato, de pegar, de ver o sorriso de alguém que entenderia porque ele buscava isso e isso, nenhum moleque de 5 anos ia entender.
Well, isso deixou de incomodar o jovem Black, afinal de contas, era muito cedo para uma criança descobrir o que há de tão especial no sexo oposto ( no melhor sentido que puderem imaginar, por favor).
Esse sentimento de vazio só voltou aos 11 anos. Eis ali, Black von White se deparando com as maiores questões do mundo: "Afinal de contas, o que faço nesse mundo ridículo e vazio?". Eis ali, aos 11 anos, tendo sua primeira crise existencial, seu primeiro grande vazio, sua primeira vontade de morrer. Black queria descobrir o último sentimento que um homem pode descobrir: O amor.
Sim, nessa idade, aparentemente ainda há muitos outros sentimentos para se descobrir, mas não pra ele, não mais, já havia conhecido todos, já não sabia mais o que viver, naquela hora ele entendeu porque veio ao mundo: para descobrir o amor.
Demorou para que ele descobrisse tal sentimento, ele aprendeu a beber, a fumar e talvez a amar, mas sem ser correspondido. O amor platônico, ah, esse ele ja conhecia muito bem, o que ele queria era ser correspondido, poxas.
Ficar entorpecido pela embriaguez da alma era fácil fazer, fumar, nunca foi de ser um inveterado ou algo do tipo, só o fazia quando a depressão batia forte e nada de cigarros inteiros ou fumar sozinho, fumar sozinho o deprimia mais.
A vida era vazia, ele não sentia mais vontade de viver quando de repente, eis que surgiu o último sentimento que lhe faltava: "eis ali o amor, o amor que está te correspondendo" dizia seu eu interior e pela primeira vez em anos, Black não queria mais se matar, não queria mais fumar ou beber ou se entorpoecer de algo porque ele descobriu o sentimento que faltava.
Ele amou e ainda ama muito, mas hoje não é igual.
Ele amava seu amor mais do que qualquer outro alguém que tivesse passado por sua vida, maior do que qualquer outro amor platônico, mas a vida é uma caixinha de surpresas, não é mesmo?!
Esse seu sentimento durou no máximo 3 meses, 3 meses que entorpeceram sua alma a ponto de definitivamente ele ser movido a isso. Quando esse sentimento mútuo acabou, o que mais ele poderia fazer em sua vida? O doce cheiro de extrato de calêndula que seu amor tinha, o carinho de sua amante era algo que ele se desesperava ao pensar que não teria mais.
E tudo voltou ao antes: depressão, bebidas, cigarretes e solidão.
Se envolveu com outros corpos, mas sentia falta do único corpo que desejava. Faltava a ele aquela felicidade que um dia tivera.
Um ano se passou, muita coisa aconteceu, mas nesse tempo todo, quase sempre pensava no seu amor, o conquistou de novo, mas ja não era igual.
Mais uma vez desejava estar vivo, mas não durou muito, agora sua tristeza o atacava até quando ele devia estar feliz.
Se entorpeceu em sua tristeza, voltou a sentir o doce cheiro de calêndula, mas já não era mais o mesmo, não lhe trazia mais tamanha felicidade e por fim, achou que o amor estava acabando.
Foi jogado na parede, foi questionado, eis ali, Black von White sendo questionado sobre o único sentimento que realmente quis ter.
Fez coisas erradas, pensou em coisas erradas e finalmente discutiu com sigo mesmo.
Talvez realmente nunca tivesse amado, mas então, para que ele teria vivido senão para o amor?
Teria ele vivido uma obcessão? Uma ilusão?
Oh, caros leitores, mesmo como narrador onisciente, não sei dizer o que Black teria vivido. Se num momento discutia se amou ou não, em outro, tinha certeza que amou e ainda ama. Por mais que tenha sofrido, por mais magoado que estivesse ele ainda ama porque não deseja mal a quem o magoou, muito pelo contrário, ainda a deseja, como seu amor, como sua amante.
Agora ele tem sua vida, consegue viver mesmo sem esse amor forte que sentia antes. Finge que vive, finge que sorri. Agora, só o faz entorpecido pela embriaguez de sua alma.
Talvez queira sentir o doce amor novamente, mas não agora, ele precisa fechar as feridas que as vezes ele pensa ter sido em vão.
E suas lembraças estarão sempre guardadas naquela caixa em forma de coração.

domingo, 24 de maio de 2009

Le cigarrete (puro)

Já reparou em como as pessoas sofrem e sofrem para largar o vício no fumo?! Well, não sei se você fuma, e na verdade nem me interessa, mas, em certas horas me pergunto: Porque de verdade as pessoas querem parar de fumar, se hoje em dia, todos sabemos muito bem as conseqüências a longo prazo deste hábito. Assim: se você sabe que quase todos que fumam querem parar e você, provavelmente também vai querer parar, porque começar?!
Porquê é tão difícil parar?! Por causa da nicotina, alcatrão e o diabo?!
Well, pode ser, mas encontro outra razão pra você não conseguir largar o vício: Você não quer parar!
Sim, isso mesmo, talvez você até queira por fora, mas lá no seu interior, lá no seu odinoque, seu cérebro não quer largar esse troço fumacento. Porquê?!
Em sã consciência lhe pergunto caro amigo que fuma: Você possui alguma má lembrança relacionada ao cigarro?!
Bom, com raríssimas excessões acredito que não. Mas, te deixo a resposta para o seu vício.
Você não quer parar porque seu cérebro não lhe da um bom motivo. Aliás, ele te da razão pra continuar a fazer fumaça.
Um cigarro relaxa quando você está triste, ancioso, quando se sente deprimido e quando você está feliz ele te relaxa te deixando até mole de tão relaxado.
Assistindo o programa do Jô que cheguei a esta conclusão. Ele mostrava uma entrevista de histórias de gente que largara o fumo mas nunca o esqueceu. Contou o caso do homem que perdeu o rumo de onde ia seguindo uma pessoa que fumava e soltava sua fumacinha no ar. Um cara da platéia dizia ter largado o cigarro há 14 anos: Até hoje ele sonha com o cigarro. O Jô citou também o Drauzio Varela, sim, o médico, que deixou de fumar há 27 anos. Drauzio disse a Jô que se algum dia um médico dizesse que ele só tem uma semana de vida, a primeira coisa que ele faria era compra um maço.
Não interessa o que o cigarro esteja fazendo ao seu corpo, seu cérebro jamais vai admitir 100% que o cigarro é algo ruim, mesmo com 4700 substâncias tóxicas, podendo te causar cancêr de quase todos os seus órgãos, ou até deixando você impotente, pro seu cérebro, o cigarro vai ser pra sempre uma droga deliciosa que relaxa seus nervos enquanto o resto do mundo os deixa a flor da pele.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A inteligência é uma droga (puro)

Todo dia quando chego na faculdade é a mesma coisa: "Dae véi, só?!" e fazem aquela cara de "hehe, você ta chapado né, colega?!"
Tá legal, não sou um super filósofo ou pensador, mas penso. E quanto mais penso, mais sou taxado de drogado.
Whata hell, man?! Que mundo é esse em que pensar demais é conseqüência do uso de entorpecentes?!
Eu tenho uma aula chamada "construção do saber" que a turma "carinhosamente" ja chama de "destruição do saber". De boa, o professor é foda, ele tem altas idéias que ultrapassam os limites, são coisas que você nunca parou pra pensar mas que fazem muito sentido. Ele expõe as idéias dele e viaja num mundo que não é necessariamente dele já que ele tenta explicar o que há nesse mundo para nós, mas, com raríssimas excessões (e eu felizmente estou nessa) entendemos o que ele quis dizer com tamanha viagem.
Não nego que uma grande parte das minhas idéias, algumas delas muito boas, tenham saido de uma boa bebedeira, mas a minha inspiração de verdade não necessita de eu estar ligeiramente entorpecido para te-las. Meus poemas e minhas músicas nunca sairam de uma bebedeira ou coisa assim.
O que acontece é que o mundo deixou de pensar. Numa dessas aulas, o professor entregou um texto cujo o título era "Para que pensar?" e puro e simplesmente, cara, porque a gente ainda pensa?! O mundo pensa pela gente, autoridades, organizações, religiões, ideologias prontas, hoje em dia tudo vem mastigado em cima da gente. Chego ao ponto de pensar que algumas pessoas pensam menos que "animais irracionais", coloco entre aspas porque acredito que até esses devem pensar mais que alguns humanos.
A diferença entre os humanos e os animais é que eles ainda têm que pensar, mesmo que agindo por instinto, acho que eles ainda têm a capacidade de pensar nos porquês de seus atos, já nós fazemos e pensamos algumas coisas prontas, porque a tv disse, o papa, sua revista Veja e outras idéias que você foi manipulado a fazer e acha que saiu de sua cabeça. Aí quando você para pra pensar, não quer ser um "manipulado pelo sistema" como se diz em bom punk, você é o rebelde, o drogado, que tem idéias que ninguém intende tão bem porque ja perderam essa capacidade de pensar, a curiosidade de buscar, perderam sua essência, sua alma, porque perderam a única coisa que realmente vale a pena fazer.
Agora, eu fico aqui, com essa cara de drogado, com as minhas idéias, minhas músicas e meus poemas "inexplicáveis" porque acham disso algo tão sem juizo que nem se dão ao trabalho de pensar ou tentar entender uma explicação.
Eis aqui, uma opinião sincera de um poeta incompreendido (e agora, esta última frase será interpretada como exagero, ou em um bom tom irônico de quem não pensa muito "oh coitadinho, ninguém intende ele". Se um ser que pensa isso de mim me intender, me avisa pra eu te dar um parabéns do tamanho de sua ironia).

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O tempo (puro)

É... Mesmo lutando contra o tempo, ele é invitável, ingrato e interessante.
Porque fugir de algo que mais cedo mais tarde irá acontecer?!
Vamos ficar velhos, vamos morrer, nossos cabelos e unhas continuarão a crescer.
A falta de inspiração. Inspiração em excesso, ao ponto de ser indescritível em palavras.
Não tenho mais nada para escrever ao mesmo tempo tendo muito para escrever.
Estou tão cansado, não consigo dormir. Tenho medo do tempo. Tenho mesmo. Muito e muito e muito medo do tempo.
Ao mesmo tempo em que me imagino um velho sábio ainda vejo aquele jovem poeta que poucas vezes alcançara seu nirvana.
Oh Nirvana! Sua caixa em forma de coração foi a última música que escutei antes de deixar a menor idade, a primeira da maior idade e quero que seja a última que ouvirei.
Tem noção que há algumas horas atrás eu deixei de sair pra beber pra assistir uma aula?! Não qualquer aula. Era a do Marco Rossi... Cara, quanto mais vejo aula desse cara, mais me sinto ignorante. Mais eu quero ver as aulas.
Uhul! Vivemos nas sombras do nosso próprio mundo, não há como sair dele, então, onde está a verdade?! O mundo é a essência. Quero fuçar o mundo e explorar cada canto como alguém que procura algo que puro e simplesmente não existe.
A falta de sentido. Onde vou parar?! Isto importa?! É real?! É matrix?! Como diria Raulzito: "eu tenho uma porção de coisas pra fazer e eu não posso ficar aí parado" ou "eu corro, tenho uma porção de cavalos calados".
Enchendo lingüiça. Agora a lingüiça está cada vez mais sem noção.
A falta de sentido.
Eis eu aqui, oh irmãos. Puro e simplesmente sem sentido.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

I don´t wanna grow up! (puro)

Daqui a menos de 24 horas vou fazer 18 anos.
Oh Bog, eu não quero ficar velho!
A angústia adolescente ainda não me pagou.
Meu durex ainda cola.
Minha vida não é preta e branca.
Meu pulso pulsa.
Eu sou um poeta e aprendi a amar.
Amo incondicionalmente até me fazer mal.
Se não for para envelhecer ao seu lado, não quero ficar velho, oh meu amor.
Mas se ficar ao seu lado, serei jovem para sempre.
Espero não virar adulto aos 18.
Adultos são caretas, idiotas e sem nenhuma graça, sem nenhum tesão, sem... sem... vida!
Eu tenho uma porção de all stars que quero usar por um bom tempo.
E pros que erram feio e bastante, eu sou tolerante.
Minha doce menor idade, descanse em paz.
Vou lembrar de você como os melhores anos da minha vida.
E vou amar como amo todas as pessoas que passaram pela minha vida.
Pessoas em especial, sempre as amarei.
Amarei para sempre.
Mais um dia para completar meu serviço.
Mais um dia para estragar meus nervos.
Eu soube.
Eu li.
Eu voei.
Eu me esforcei muito para ter um papai, mas eu só tive um pai.
Oh não! O tempo passa depressa.
Agora o que posso fazer?! Crescer, ficar entediado e velho?!
O que farei, o que farei?!
Aceitar a velhice?!
Oh amarga velhice. Se aproxima e me destrói aos poucos.
O desespero de quem não quer crescer mas não pode ser Peter Pam.
Old Age!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Eu bebo porque é líquido (puro)

Esse final de semana fiz algo que não fazia há um bom tempo: bebi paca.
O que posso dizer: andei muito pelo centro dessa londrininha e junto a alguns colegas bebemos mais de 10 garrafas de cerveja quase sem parar.
Qual a graça de beber?! Cara, não sinto mais a leveza que sentira nas primeiras vezes em que chapava o côco gostoso, mas beber com esses colegas trouxe uma coisa tão interessante e ao mesmo tempo engraçada porque nem na minha cabeça cabe a idéia direito. Agora a gente bebe e de repente estamos discutindo filosofia, sociologia, política, religião, artes e altos assuntos de cultura que não se espera que um bêbado normal converse.
Falamos do mito da caverna e tiravamos conclusões incríveis de que é mais fácil pro homem viver nas sombras do que encarar o mundo real e quem nos trouxe o mundo real a gente ignora ou como no mito, a gente mata. Vivemos na caverna onde a televisão é a sombra e a tomamos como verdade.
Na política, até Hitler de certo modo foi um herói da nação alemã controlando a deflação, inflação e o diabo (bem... o resto que ele fez ninguém concordou mesmo). Bom, não muda o fato que ele salvou a economia alemã e depois detonou com ela.
O resto da conversa nem lembro direito, mas lembro que a gente chegou a discutir o amor, a religião chegando ao ponto de o que é mais importante?! E todos chegamos a conclusão de que o amor é importante. Um sentimento estranho que faz a gente mudar até o nosso jeito de ser pelo bem maior que este nos traz.
Ao contrário de outras drogas, a boa e velha cerva não faz uma massagem no seu cérebro nem nada disso, mas faz você pensar no mundo de uma outra forma e esta forma é incrivelmente diferente de como se enxerga o mundo sóbrio.
Beba cerveja, beba qualquer coisa, chape-se e curta.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Porque não ouvi isso antes?! (puro)

Ja parou pra escutar um som novo e se perguntou depois: "Cara, como eu vivia antes de ouvir isso?!" Essa semana tive o imenso prazer de pensar isso denovo.
Uns tempos atrás ouvi falar de uma banda chamada Dinosaur Jr. Depois de muita preguiça e um pouquinho de coragem lá vai eu ouvir a tal banda de rock dos anos 80/90. Até agora me delicio ouvindo a primeira faixa do disco Green Mind. Ela é doce, gostosa de ficar ouvindo, não compulsivamente como eu faço, mas é gostosa.
Outros discos em que você pensa isso, bom, pelo menos eu pensei, foi ouvindo o "The Dark Side of the Moon" do Pink Floyd, qualquer um do Elvis Presley também é bom. Jimi Hendrix "Axis, Bold as Love", Leonard Cohen "Songs of Love & Hate" e o último que eu me lembro no momento "Yanqui" do Godspeed You! Black Emperor.
Agora estou com sono e dor de cabeça. Eu queria fazer um texto grande e que desse prazer ao ser lido, mas, o cansaço tornou este texto cansado, cansante e pequeno. Pra dizer a verdade nem quero publicar este texto, mas acho que qualquer momento em que houve inspiração e esta foi registrada, deve ser publicada.
Quando eu voltar ao "normal", prometo escrever algo melhor. 

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Spirit Desire (puro)

Essas duas maravilhosas palavras foram tiradas de música "Teenage Riot" do Sonic Youth.
A música em si fala de tumulto adolescente, aquele lance de ser rebelde sem causa, ser inconseqüente, irresponsável e tals. Porquê somos assim?! A resposta está ali.
Desejo do Espíto. Puro e simplesmente isso. Sei la, cara, sou capaz de criar uma ideologia sobre isso.
"Meus heróis morreram de overdose, meus inimígos estão no poder, ideologiaaa, eu quero uma pra viver..." Eis a minha:
Spirit Desire
A seguinte idéia se trata de justificar ações, situações, desejos, fetiches e outras cositas mas a partir de uma resposta bem simples: você agiu pelo seu desejo de espírito.
não sei se ja leram "A Laranja Mecânica" mas em certo momento o personagem principal discute consigo porque gosta da ultraviolência, porque gosta de bater nas pessoas pelo simples prazer de bater. Ele não sabia justificar então disse que era assim porque Deus o fez assim e ele não conseguia lutar contra sua própria natureza, o próprio instinto, o próprio Spirit Desire.
Bom, vou agir como ele. Deus nos fez assim, logo, não da pra lutar contra os próprios instintos, impulsos, você pode até controla-los, mas nem sempre dará certo.
A ideologia se concentra principalmente em dizer o que Raulzito dizia: aquela frase do Mr. Crowley "Faça o que tu queres, será tudo da lei".
Claro, eu também queria que fosse assim, mas acredito que por mais que se faça tudo que quer e pronto, deve-se haver um pouquinho de empatia, o suficiente pra você não se satisfazer fazendo mal às outras pessoas. Bater nas outras pessoas por prazer pode ser bom pra você, mas pense na pessoa em quem se está batendo.
É digno de respeito toda e qualquer idiotice praticada por uma pessoa inteligente. Esta deve planejar muito bem seu erro antes de comete-lo, porém, um vacilo ou outro também é perdoável. As pessoas menos dotadas de intelecto ou idiotas mesmo deveriam parar pra pensar mais. Exercite a mente.
A mentira, claro que nem todas, devem ser perdoadas, como dizia Cazuza "Se te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão". Mentir cria um mundo novo, você pode mentir porque acha que o assunto não interessa a outra pessoa e quer fechar um assunto. Mente porque sabe que fez coisa errada e quer encobrir, esta é mais perdoável porque se alguém mente pra esconder um erro é porque sabe a gravidade dele e quer se livrar logo do peso da culpa. Antes de julgar a pessoa por uma mentira, deve-se pensar pelo lado dela. É difícil acreditar em alguém no qual se estivesse na mesma situação também mentiria, mas lá no fundo, de um crédito à pessoa.
Curta sua vida ao máximo, aproveite cada momento porque o tempo não volta, perdoe exatamente por isso, porque se a outra pessoa pudesse voltar no tempo para reparar o erro, provavelmente ela voltaria, se falar da boca pra fora, saiba ouvir do ouvido pra fora e o mais importante: Seja feliz, realize-se, enjoy ;D

A mulher do ano (puro)

Meu, eu tinha que falar dela. Susan Boyle conquistou o mundo em 7 minutos, cara, com direito a filme contando sua história e tudo mais.
Pra que tudo isso?! Vou ser direto. As pessoas se sentiram culpadas porque não botaram fé no patinho feio?! Só porque a moça não é uma modelo todo mundo esperava que ela se fudesse no palco?!
De boa, pra mim, uma pessoa é bonita pela simpatia, pelo seu jeito de ser. Ela lá toda simples e brincalhona pra mim é bonita, ganhou minha simpatia só pelo jeitão de ser.
Eu nunca tinha assistido o Britain´s got talent antes, só o American´s porque passa no canal da Sony. O meu maior prazer em ver a apresentação foi ver aquele Piers mancada, ridiculo, crítico do inferno se espantar e ficar quietinho, já que o que ele queria mesmo era meter a boca na pessoa como ele faz com quase todo mundo. As pessoas que riram dela quando ela falou de seus sonhos também babaram e ficaram loucas vendo a moça cantar.
Confesso que também não botava tanta fé nela, mas pra quem ja se apresentou em público e sabe como é a parada toda, eu não desejo que ninguém vire objeto de risadas, que ninguém se foda ou coisas assim, sabe.
Que isso sirva de lição para todos: Não julgue o livro pela capa. Não julgue alguém pela aparência.

Doom, bugado, zuado e fodão (puro)

Bom, como eu falei que ia escrever sobre o joguinho, taí, vou falar desse jogo bugado, do mal, mas interessante.
Ele foi lançado em 93 pra computador (imagina o sujeito jogando isso na época, man) e o foda é q na época umas 15 milhões de pessoas jogavam o que se pudia chamar de inovação, já que era o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa, tinha idéias 3d e tals, resumindo, é pros jogos o que o Matrix foi pro cinema.
Foi criticado um monte de vezes pelas organiações cristãs pelo nível de sangue, violência e imagens satânicas, coisa embaçada.
A historinha é bem simples: O carinha é de marte, é de uma misão que não deu certo, uns bichos do inferno sairam de la e foram pra cima dele e ele tem que sair vivo. O resto da história é lorota, esse é um resumão básico do básico.
Se não me engano, joguei esse joguinho em 97. Era o Doom 2 e por acaso eu nunca conseguia passar da segunda fase.
depois de uns anos que eu joguei o 1 e eu lembro que era o único jogo que realmente assustava, uma vez eu deixei de jogar porque a fase parecia malvada junto com uma trilha sonora que dava um medinho.
Uns meses atrás eu tomei vergonha e fui jogar mesmo, peguei um emulador e joguei aqui, daí eu chegava num final que eu sempre morria e o jogo acabava, ficava puto da cara. Daí no início desse mês baixei umas versões mais reformuladas, modernas e tals e descobri que... no final você morre. Que outro jogo acabaria desse jeito, dude?! bizarro!
Comecei a jogar o 2 semana retrasada, passei da segunda fase. Agora ta louco.
Sem mais comentários. Away.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Uma lavanderia mental (puro)

Yeah!!! 1 e 41 da manhã, 42 agora. Atacado pela insônia, vontade de escrever (porque há duas semanas não tenho tido tempo ou uma boa inspiração pra escrever), ouço pela terceira ou quarta vez uma música do Elvis Costello "Peaçe, love and understanding".
A falta de inspiração de duas semanas se encerra aqui. Ja estava louco pra escrever. Tenho feito muitas bases de músicas nas últimas duas semanas. Pra quem fica meses e meses sem compor nada, sinto-me intusiasmado, alegre e desesperado. Já volto, vou tomar um refresco.
Ok, lá vai eu escrever o que se passou nas duas últimas semanas: bebi, fumei ( e acredite, não tenho muito orgulho disso) beijei minha amante, me senti bem e mal várias vezes (algumas delas, senti as duas coisas juntas). Passei um pedaço do final de semana buscando a juventude. Fiquei jogando Doom por horas (ainda vou escrever sobre o jogo, talvez), esse joguinho, inspiração de jogos como CS, Half Life e varios jogos de tiro em primeira pessoa, era um jogo que eu era fascinado. Bom, agora me sinto velho e fedorento e babão e cansativo. Preciso de um banho, uma guitarra, um tempo, uma música. Há umas 12 horas atrás, me senti "nirvânico" ouvindo uma certa caixinha em forma de coração. Me lembrava do video e do quanto amo as cores e coisas que aparecem nele . Nesse momento, pouco importa o rumo que este texto toma, puro e simplesmente viajo num mundo só meu.
Você imagina seu futuro?! Acho que todos imaginamos. Minhas perspectivas não são muito boas quanto ao meu: Não tenho mais tanta vida social, ando sendo resumido a trabalho e faculdade e isso definitivamente me incomoda. O que me foge um pouco da rotina é ficar com a minha amante vez ou outra.
O que você vê no seu futuro?! Me sinto em uma enrascada. Não quero trabalhar, mas quero dinheiro, quero um tempo pra mim, pra espantar os demônios, ando tão sem tempo que o pouco tempo livre que tenho eu vou dormir, eu paro de funcionar, hoje é feriado daqui a umas 4 horas eu vou estar de pé pra porra do trabalho.
Papai planeja meu futuro, não quero ser como o meu pai. É a maior filha da putagem o que vou dizer mas a vida dele se resume a trabalhar um monte pra sustentar uma filha vagal e um filho sem noção que as vezes queria ser vagal como a irmã, mas sente um poquinho de empatia e faz alguma coisa pra não se sentir mal. Claro que eu quero ter dinheiro, só não quero trabalhar.
O blog agora se tornou meu novo caderninho e aqui espanto parte dos meus demônios.
Como sempre, vim querendo escrever algo e terminei em outro, perco boas idéias o tempo todo e novas idéias surgem quando escrevo, as vezes não da tempo de escrever a idéia e ela se perde, perdi muitos poemas, músicas, bases de músicas assim, pensando rápido demais para o mundo.
Pelo menos o que escrevo aqui tem mais cabeça do que tem no caderninho. Tenho várias coisas escritas e perdidas no quarto. Tenho dois cadernos: em um escrevo o que sinto e tento explicar do meu jeitinho. Em outro escrevo músicas, poemas e cartas acho que desde que toco guitarra, não tenho muitas músicas escritas, algumas estão pela metade, nunca terminadas, algumas bases estão na minha cabeça há anos e nunca sei o que fazer com elas, tem uma base de música que está na minha cabeça faz três anos e nunca fiz uma letra pra ela. Escrevi aquela música pro Kurt (post abaixo) em uns dois dias, começei a escrever uma pra minha amante e falta só algumas frases. Uma vez criei uma base enquanto esva no cemitério a noite com o Michel ( um amigo meu dos mais fodas). Lembro de ter escrito a letra daquela música na escola e passei a escrever tudo com um certo grau de complexidade e subjetividade. Tudo mesmo. Chamei a música de "AcidBase" e tenho certeza que você não tiver um contexto do que se passava na minha vida você não entende a letra. Não sei se alguém prestou atenção na "For Kurt" mas digo que se não tiver contexto, um abraço.
Bom, aqui estou tentando escrever com o máximo de sanidade possível. Os caderninhos da vida são recheados de coisas insanas que só a mim tem sentido.
Ah, já chega, quem leu o que escrevi agora deve estar me xingando por dentro pois roubei um pouco do seu tempo (ou pode ter se identificado, melhor pra você, não perdeu tempo lendo esse lixo sem achar um conteúdo). Prometo escrever algo mais são da proxima vez ok?! Abraço!!!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

For Kurt (puro)

"Falando a lingua de um simplório experiente que obviamente preferia ser um eliminado, infantil e chorão, este bilhete deve ser fácil de compreender".
Oh man, tinha a obrigação de vir escrever isto hoje. Pensei neste dia várias vezes...  Estamos há 15 anos sem o cara que mudou uma geração com um grito: "Com as luzes apagadas, é menos perigoso".
E agora?! O que vou falar dele?!
Ao meu lado uma revista de 10 anos sem Kurt... Não parece que faz tanto tempo que o escutei pela primeira vez, pra dizer a verdade, podia falar que foi ontem.
"Vou ser um superastro da música, me matar e me apagar numa chama de glória." Quando Kurt disse isso, era um adolescente, nem fazia idéia do que estava por vir. Quando ja era famoso e estava prestes a atirar na sua cara, resumiu esta frase usando um clássico de Neil Young "É melhor queimar do que se apagar aos poucos." (E quem achar que a frase não é do Neil, vá ouvir "Hey hey, my my")
Ele passou uma mensagem, mais do que vender discos, quebrar guitarras, ele fez algo por muitas pessoas: Libertou almas, mostrou seu spirit desire ao mundo e não demorou muito para as pessoas liberarem seu spirit desire, eu sou uma delas.
Não é querendo ser paga-pau, mas ja pagando, mesmo quando ainda nem tinha parado para ver o que a letra de música dizia, era como se eu me sentisse liberto, como se de repente enxergasse algo que sempre esteve na minha frente o tempo todo e eu nunca vi, achei uma disculpa para me sentir bem, para se sentir mal, para ser infantil, para ser adulto, para ser idiota, para ser inteligente e a disculpa é bem simples: Não há razão! Somos assim e pronto, errados, errantes, é a nossa natureza, nosso spirit desire, Deus nos fez assim e não podemos lutar contra isso.
"A cada dia, todos nós passamos pelo céu e todos nós passamos pelo inferno." e believe, chega uma hora em que achamos que só estamos no inferno, é a vontade de se sentir bom e ruim ao mesmo tempo, sabe, é como ter um problema, odiar esse problema, mas não querer se livrar dele, é como querer estar sempre no inferno e você não quer estar lá, mas não quer sair.
"As vezes, me pergunto se eu não poderia muito bem ser o rapaz mais feliz do mundo." Kurt adorava reclamar de sua fama, mas não deixou de reclamar quando a MTV passava menos vezes seu clipe na tv, a necessidade de ter um problema, sempre poder reclamar por mais que tudo esteja bem.
"Faz muitos anos agora que não sinto entusiasmo ao ouvir e fazer música, bem como ao ler e escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras... Eu tentei tudo o que estava em meu poder para gostar disto, e eu gosto. Deus, acredite em mim, eu gosto, mas não o suficiente... Devo ser um desses narcisistas que só gostam das coisas quando elas acabam. Eu sou sensível demais. Preciso ficar ligeiramente entorpecido para recuperar o entusiasmo que eu tive uma vez quando criança... Existe o bom em todos nós e acho que simplesmente amo demais as pessoas. Tanto que chego a me sentir mal... Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os 7 anos passei a odiar todos os seres humanos em geral. Apenas porque parece tão fácil às pessoas conviver e sentir empatia. Empatia! Só porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo do meu estômago queimado por suas cartas e preocupação nos últimos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Eu perdi a paixão então lembrem-se, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, amor, empatia. Kurt Cobain." Particularmente, acho que este era o final perfeito para sua carta.
Por muitos anos achei que Kurt não tinha se matado. Alguém o matou, a mando de sua mulher talvez. Há vários indícios de que Kurt havia sido assassinado. A caneta em cima de sua carta, a arma que ele usou entre outras coisas não tinha impressões digitais e... Kurt não usava luvas. Tinha um cara que dizia saber quem matou Kurt... Foi encontrado morto uma semana depois atropelado por um trem. 
Apesar de todos estes indícios, hoje, acredito que realmente ele se matou. Não por vontade, mas por necessidade. Depois que li "Mais pesado que o céu" uma biografia do Kurt, acredito que pura e simplesmente ele precisava de morrer. Não tem uma explicação, não precisa, era seu spirit desire e ele precisava de cumpri-lo. 
Abaixo, deixo uma letra de música que escrevi nos últimos dias.

For Kurt

Brush your teeth
Brush your teeth
You are in an avalanche
Beyond Leonard Cohen

You miss the comfort in being sad
I know I knew
You always listen what I say

chorus:
You are Suzanne
You are insane
You have your revenge
You are a dumb
You are Frances
You are a scentless aprendice

Don´t forget
Take a shower
Sometimes you are so smelly
Don´t forget
Someday you were so happy

Empathy, empathy
I´m feeling sweetly nostalgic
Oh my dear
You need to die to be romantic

A necessidade do errado, do passado, oh doce nostalgia!
Paz, amor, empatia. For Kurt.