quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Baratas

Meu último post do ano é dedicado as baratas, esses seres parasitas que habitam nosso pequeno mundo.
Alguns dias atrás estava na cozinha fazendo meu habitual assalto a geladeira, as 2:20 da manhã, quando olho em cima do armário duas baratas.
Pareciam tranqüilas, serenas, trocando algumas idéias. Não pensei duas vezes em pegar o inseticida e atirar contra elas.
Cada uma correu para um lado.
Um brinde as baratas e ao seu doce e asqueroso instinto de sobrevivência.
Baratas... Tão parecidas com os humanos...

domingo, 14 de novembro de 2010

Apenas um dia na rua (puro)

E estava eu no centro da cidade, andando, sentindo a brisa e eis que me vem a inspiração. Apenas pensamentos soltos, mas que me fizeram pagar uma lan house.
O andar, sutil forma de tentar mover o mundo.
As inúmeras formas de sentir apenas um sentimento.
A solidão. Mesmo ao lado de muitas pessoas, pode-se sentir tão só quanto no canto de quarto escuro, frio e triste.
Não tinha nada pra escrever, apenas fiquei sentimental, senti falta de uma caneta, um papel. Nunca senti tanta falta de escrever, de sentir essa tristeza singular e sem razão. Talvez não me senti só por conta de pessoas, mas sim do velho papel e caneta.
A minha preguiça e depressão tem me impedido de escrever, tenho vontade de me isolar para escrever e me sinto triste o suficiente para não escrever quando o faço.
Lembrar que nem tudo possui sentido me entristece. Que não posso ser onipresente ou voar, ou apenas parar o tempo.
Fica aqui o que se passa na minha mente o tempo todo, desde que me conheço, desde de que me permiti conhecer-me.
Assim, sem sentido.
Vou sair, beber, viver, sentir o intenso e singular mundo.
Mundo cruel, sádico e sórdido.
Masoquismo viver neste mundo, e todos nos fazemos felizes por viver nele.
Chicoteie-nos doce mundo.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O inconformismo e o bom senso

A razão deste post é esta reportagem: http://www.diariodebarrelas.com.br/2010/08/25/frustrado-com-nivel-do-premio-diretor-do-multishow-se-demite/
Este diretor foi a primeira personalidade de alto cargo que eu conheço que não suportou a falta de qualidade da cena musical atual e saiu de seu cargo antes que o nível piorasse.
Pior do que esse já baixo nível é a afirmação daquele cara de óculos branco ( que eu nem sei o nome, mas o óculos é uma imitação barata da banda Cobra Starfish). Se a salvação do rock consiste em usar roupas coloridas que nem os oitentistas mais liberais teriam coragem de usar e chorar músicas vazias de bom conteúdo, eu, simples mortal adorador do bom e velho rock´n´roll, me retiro de cena de cabeça baixa.
Mas as declarações infames do indivíduo não pararam por aí. Afirmar que ele e sua banda são os Beatles do ano 2000 é tão chocante quanto ser um puritano nos anos 60 escutando John Lennon afirmar que os Beatles são mais famosos que Jesus. Outra coisa, ter 300 mil seguidores no Twitter não os fazem reis do iê-iê-iê. O Obama tem mais de cinco milhões de seguidores e sua popularidade anda em baixa na terra do Tio Sam. Beatles são conhecidos no mundo inteiro assim como a Coca-Cola e o próprio Jesus. Já os fãs internacionais dessa banda devem vir do Paraguai e da China que falsificam seus álbuns (e olhe lá).
O que tudo indica nada mais é do que o entusiasmo infantil de um sujeito que usa calças igual a do Tiririca e acha que está no auge de uma carreira meteórica. Nem o entusiasmo blasfemo de Lennon é tão absurdo já que na época a beatlemania dominava o mundo e suas músicas eram e ainda são, de fato, infinitamente melhores que as da banda Restart.
Nunca o modismo foi tão deprimente a ponto de fazer um diretor de emissora se recusar a compactuar com ela. Se a moda continuar a seguir esse caminho, daqui a algum tempo a sunga de crochê já não será mais motivo de chacota.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sem título, mas perturbador.

Escrevi isso no trabalho e já ia postá-lo na segunda-feira, mas a preguiça não permitiu. Trata-se de um acontecimento de uns cinco segundos enquanto eu andava por uma grande avenida no sábado a noite.

Todos são culpados
Não podemos fazer nada
Simplesmente ouvir
E quem podia fazer algo
Simplesmente não fez
O intenso
A empatia
Uma razão para ser preso
Todos na grande avenida tinham
Mas ninguém foi
Nem o mais sujo de todos
E eu, chapado, entorpecido
Só podia escutar os gritos
E seguir meu caminho


domingo, 22 de agosto de 2010

Agosto, mês do desgosto?

Como afirmei no ano passado: odeio agosto.
É um mês chato e lento.
Pra começar, agora sou um feliz estudante da Universidade Estadual de Londrina. Sim, agora minha educação passou a ser problema do governo.
Pela primeira vez vi um mês de agosto passando rápido. Acho esquisito um mês sem feriados passar deste modo. Já julho rendeu um bom tempo.
O que complica na faculdade nova é a minha falta de socialização. Não que eu não queira faze-lo, mas não há muitos assuntos para ser discutidos. Meus colegas são o típico grupo que joga futebol, discute o campeonato brasileiro e querem ouvir pagode ou sertanejo. Não que eu menospreze tudo isso, mas já fazendo, acho tudo isso uma inutilidade.
Outro ponto triste é que ninguém acredita muito no que eu digo. As minhas histórias são mirabolantes, mas reais. Eu gosto de contar os fatos inusitados da minha vida porque elas que têm graça e todos olham como se eu fosse o esquisito.
Pra falar a verdade, não ando muito inspirado para escrever. Tenho trabalho da faculdade ainda por fazer e não tenho paciência. Tenho me preocupado muito com a minha banda que já tem alguns videos circulando no youtube. Tenho me preocupado em compor e fazer algo com o que eu chamo de livro. Comecei a escreve-lo em janeiro e até agora possui apenas 46 páginas, sendo que boa parte deles escrevi até meados de março.
Tenho vivido o tempo com uma intensidade incrível. Acho que fiz as pazes com ele. Pela primeira vez em anos sei que vou ter boas lembranças de um mês tão desagradável como agosto.
Confesso envergonhado que não tinha idéia do que postar, mas achei necessário porque é feio ficar mais de um mês sem escrever aqui.
Se alguém quiser ver videos no youtube, procurem a banda "Rocket Head Nirvana cover". Daí aparecem mais videos da banda.
Mal vejo a hora de ter inspiração e escrever algo útil aqui.

domingo, 18 de julho de 2010

Desafio

Esta sexta-feira fui convidado pela Elen do blog Mirabolante (http://mirabolanteatedemais.blogspot.com/ e http://diariomirabolante.blogspot.com/) a participar de uma brincadeira que circula pelos blogs. Devo responder uma serie de perguntas apenas com figuras. Bom... lá vai eu.

Quem sou eu?

O que me faz sorrir?

O que me faz chorar?

Minha cor?

Hobby?

Sonho?

Melhor lembrança?

Musica?

Esporte?

Filme?

Pecado?

Três lembranças fofas da infância?

Passando a brincadeira adiante, indico o Chouji do http://charutodimacumba.blogspot.com/ que é baterista da banda em que eu toco, a Rocket Head. E o meu amigo Jordan http://maldicaodobode.blogspot.com/.

Mais posts em breve.









sexta-feira, 2 de julho de 2010

Futebol, intolerância e ignorância.

Uma coisa que percebi hoje sobre futebol: para alguns é como discutir religião, política ou qualquer outro assunto cuja a opinião diferente da sua pode gerar polêmica e violência.
Quando o Brasil perdeu a copa para a Holanda, no mesmo segundo surgiram inúmeras comunidades sobre o assunto, tanto elogiando, quanto criticando. Eu queria mesmo era tirar boas risadas e fiz minha própria comunidade e sai divulgando: Dunga é imbecil: 13 letras. Na descrição: Brasil se fudeu: 13 letras.
Até aí, nada de mais. Apenas uma sátira com as 13 letras do Zagallo. Quando, não mais que de repente um tópico em especial entre os vários que usei para divulgar a minha, foi criticada por uma moça que não entendeu o espírito da piada. Isso mais uma leva de gente que também não entendeu o que eu quis dizer e saiu a xingar como isso fosse livrar o mundo do "mal" que eu causei.
O engraçado é que foram necessários mais de 100 comentários do tópico para a moça entender que eu apenas queria fazer uma sátira e não "insultar a honra do Brasil e dos brasileiros".
Houve um em especial em que o cara falou que eu era "modinha" e eu ri muito. Até postei respondendo que apenas queria divulgar uma comunidade assim como inúmeras pessoas estavam fazendo, a polêmica só começou quando a moça quis por palavras em minha boca. O tópico também foi invadido de propagandas de comunidades semelhantes a minha e até a moça que começou a discussão toda divulgou um video que ela pôs no Youtube sem sucesso.
Foi uma discussão ridícula que só terminou quando eu desliguei o computador e fui para a casa depois do trabalho. E começou por conta da ignorância da moça que além de não entender a piada, agiu com intolerância ao não saber respeitar minha opinião. Enquanto muita gente que também não entendeu xingava, só escrevi que ainda não havia censura no Brasil (de novo) e que portanto tenho direito de expressar minha opinião mesmo que elas não gostassem. E isso deixou as pessoas mais zangadas.
Interessante como um assunto que não está ligado diretamente a você como o futebol, pode se tornar uma discussão séria. Você não ganha e nem perde nada com a situação do futebol brasileiro ( a não ser que você esteja participando de bolão, claro. A propósito, queria saber quem acertou o resultado deste jogo ), logo, não precisa se tornar um assunto em que a diferença de opinião possa gerar brigas acaloradas.
Escrevi isso hoje porque achei um absurdo como um país como o Brasil já sem censura ainda ser tão ignorante quanto ao respeito a nossas opiniões. Apesar que depois deste episódio, passei a questionar se sou apenas mal interpretado ou se escrevo uma série de sandices as quais apenas eu, mais um pequeno grupo seleto de pessoas entendem.
Dunga é imbecil: 13 letras
Brasil se fudeu: 13 letras
ps: eu sei se escreve "fodeu" e não "fudeu". Mas as pessoas entendem melhor a segunda opção.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Pequenas coisas

Em meio a terapia semana passada percebi uma mania que me destrói e que muitas pessoas tem: o menosprezo.
Dizem que o prazer da vida está nas pequenas coisas, logo, menospreza-las torna-se um sério problema. Mas eu me pergunto: O que são as grandes coisas da vida? O que são as pequenas?
Eu pensei nisso por muito tempo e... quem sabe distinguir as coisas grandes das pequenas? Para alguns, passar no vestibular é uma coisa grande, um acontecimento feliz, algo conquistado com a sua força de vontade. Para outros, é algo tão pequeno quanto ir ao mercado fazer compras.
Acho que consideramos as coisas grandes e pequenas pelo avesso. Não é a simplicidade da ação que define seu tamanho, é como ela é aproveitada. Uma tarde com os filhos com brincadeiras simples da a impressão de ser a pequena coisa mais divertida do mundo para os pais. Porque isso deveria ser pequeno? É algo que torna as pessoas felizes, não pode ser pequena. As crianças se divertem com poucas coisas como uma caixa de papelão, por exemplo. Sim, a caixa é algo pequeno, o que a criança imagina e faz com ela a torna grande, maravilhosa e feliz. E quando a olhamos, invejamos como elas se divertem com aquilo.
Com o tempo, esquecemos como podemos fazer pequenas coisas se tornarem grandes, menosprezamos e não vemos o quão feliz aquilo nos poderia fazer.
Este final de semana fui a uma festa infantil e olhei como as crianças se divertiam brincando no pula-pula. Parecia tão... infantil, pequeno, simples. Onde está a felicidade em ficar pulando freneticamente em uma cama elástica sem um motivo aparente?
Eu tive vontade de pular.
Muita vontade.
Até que uma hora eu tirei a blusa, o tênis e fui pular.
Algumas pessoas viram como ridículo. Meus pais viram como ridículo. Algo sadio, inofensivo, simples, feliz... Porque fazer isso parecer pequeno?
Menosprezamos as pequenas coisas, o mundo. Menosprezamos a nós mesmos.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Será que eu vou virar bolor?

É fato: nunca gostei de ficar velho. Escrevi algumas vezes sobre o pesar de fazer 18 anos. E agora eu tenho 19.
Estive pensando em que escrever sem que nada de muito interessante me viesse à mente. Até que me apareceu uma.
Lá estava eu, no centro da cidade, chapado depois de vodca, energético, cerveja e um ensaio de 2 horas com a minha banda (ah, sim, por falar nisso, entrei em uma banda, sou gutarrista e vocalista!) conversando com um desconhecido do lado de fora de um bar. Não me lembro muito bem de como chegamos ao assunto, mas começamos a falar sobre a velhice. As responsabilidades que a idade traz consigo.
"Meus amigos na minha idade (ele tem 27) já estão se casando, pensando em filhos. E eu aqui, sem pensar nessas coisas" dizia ele. Filhos. Eis que me veio a minha maior reflexão em um momento como aquele: Filhos, outras vidas. Mal sabemos cuidar da nossa, como cuidar de outras pessoas?
Foi a questão que tomou conta de boa parte da minha noite. A responsabilidade que se tem ao gerar outra vida é algo fascinante e ao mesmo tempo assustador. Como cuidar de outra vida além da sua? Alguém que não está grudado à você, não pensa como você e tem planos diferentes dos seus.
Não é como os intrometidos que cuidam da sua vida. Me veio à cabeça aquela coisa de fofocas e pessoas que nada mais tem a fazer do que cuidar da vida alheia para... para... sei la para quê. Talvez satisfação da curiosidade (não vou tirar o mérito da curiosidade sobre a vida alheia porque o tenho, a diferença é o que eu faço com a informação que no meu caso, guardo para mim), mas sempre há aqueles dispostos a se beneficiar dela.
Bom, trazendo isso ao assunto em que comecei, há de se ressaltar a diferença na questão de que cuidamos da vida alheia pelo simples fato de sermos como leitores da pessoa ou situação. De um modo mais fácil de explicar, cuidamos da vida alheia porque a lemos, há um narrador observador onisciente lhe contando o que acontece e o que a pessoa supostamente pensa e apenas lemos, observamos, não nos diz respeito e não afetará nossas vidas.
Já a responsabilidade de cuidar de outra vida porque você a gerou e tem obrigação de zelar por ela é algo completamente diferente. Escrevemos, somos narradores observadores, você não sabe o que a outra vida está pensando, porém o que ela pensa pode lhe afetar diretamente em nossas vidas.
Não sei se você, caro leitor, tem filhos ou é mais velho ou entendeu o que realmente quis dizer. O tempo não vai deixar de passar, vamos envelhecer e responsabilidades virão de qualquer forma. Eu não penso em casar ou ter filhos, de fato não sei lhe dar com a minha própria vida, que dirá com a de outra. Minhas responsabilidades crescerão casando ou não, tendo filhos ou não. Pelo menos há uma unica coisa boa que vem com o tempo: a maturidade. Espero.

domingo, 2 de maio de 2010

Introdução alternativa

Segue abaixo a introdução alternativa do que eu chamo de "livro".

“Você nasce, passa-se o tempo. Logo estamos na adolescência. Ah sim, doce adolescência. A juventude, a imaturidade, a intensidade. Você não sabe o que irá acontecer e, de fato nem liga para isso. E para quê ligar?! O que isso importa?! O que realmente importa?

Depois de um tempo olhas para trás e percebe que pouca coisa realmente é importante. Você não lembra de um dia inteiro, o dia foi importante?! Lembra de um sorriso em especial?! Isso foi importante. Quando você ficar velho, olhará para trás e perguntará ‘qual foi o sentido da minha vida?!’ Você já não se lembra de 90% dela. Só aí perceberá que certas coisas não possuem sentido. Por mais incrível e patético que seja, nem tudo possui uma resposta mirabolantemente elaborada para satisfazer sua curiosidade.

Porquê você ama?! Sabes o que amor?! O que é amar?! Quando está sentindo-o?!

Sabes retribuir tal sentimento?!

Ah o amor. Tão profundo, sentimental, incondicional... o verdadeiro amor está em si e em sua capacidade de demonstra-lo.

Ah o ódio. Tão profundo, sentimental, condicional...

Sabes sentir?! Tão intenso, singular. Se não for assim, jamais sentiu algo. Jamais possuiu sentido.

Lucidez?! Isso existe?! Você acha?! Porquê há de existir se as melhores coisas e sensações que sentirá e viverá acontecem na falta dela?!

Porquê a lucidez?! Tão lúcida e entediante. Tão racional e sem graça.

À uma vida privada de sentidos.”

quinta-feira, 22 de abril de 2010

No divã

Não vou mentir, as vezes sinto-me deprimido durante minha terapia exatamente por isso: estar em terapia.
A cada dia me desanima mais essa coisa toda. Sinto-me exausto, tenho vontade de estar em casa, quieto e inerte. E, curiosamente, acho de deveria estar me sentindo ao contrário. Em terapia as pessoas melhoram, se sentem bem consigo mesmas e com o mundo e como minha terapeuta disse, eu sou uma pessoa do contra. Agora vejo que definitivamente sou.
Se as pessoas olham para cima, vou olhar para baixo, se irem para um lugar que dizem ser bom, é um lugar que eu não irei, se dizem que alguma coisa é ruim, é atrás dela que eu vou. Claro, com exceção da música emo, que de fato há pessoas que dizem que é ruim e não posso discordar, mas isso é outro caso.
Outra coisa que me deixa deprimido em relação a psiquiatria: é um circulo vicioso. Não posso deixar de ressaltar que adoro a psicologia, a psicanálise e que tentei o vestibular de psicologia sem sucesso. Eu busco a razão da minha depressão em razão própriamente dita. Saber que os meus e os nossos problemas não tem um motivo lógico para ocorrer, me deprimiu ainda mais. Passei boa parte da minha vida buscando a razão para um problema em que ela simplesmente não existe?! Imagine o quão deprimente é buscar lógica para o que não há. Mas, explicando a questão do circulo vicioso, minha terapeuta falou que quase todo mundo precisa de terapia, inclusive os terapeutas, logo, o terapeuta tem seu terapeuta, que tem seu terapeuta e assim por diante. De fato, é algo cansativo.
Esperamos, como o pensamento de Nietzsche, um super-homem. O que quero dizer é que ao buscar ajuda psiquiátrica, a última coisa que queremos pensar é que o individuo que o trata também pode estar em tratamento, logo, se ele não consegue tratar de si mesmo, como pode te ajudar?!
Tudo isso me desanima e muito. Deixei de deitar no divã e voltei para o sofá. Em quase um mês de terapia, houve muitos sobes e desces de alto estima e humor e quando paro pensar, é como se não houvesse mudado nada. Pensamento ingrato?! e como! Sinto-me incorrigivelmente do contra, velho e póstumo mentalmente. Escrevo, penso e falo como alguém que já viveu toda uma vida. Como um romântico do século 18 em pleno 21. Meu desespero é como estar se afogando em lugar fechado. Não há lugar para ir, para se esconder, para respirar. É o que eu sinto o tempo todo e até que consigo muito bem me manter em apnéia, mas as vezes, é como ver o norte à sua frente e seguir para o sul.
Não sei até que ponto a terapia me fez ou faz bem. Meus pontos de vista não mudaram, alguns se esclareceram e os que não, espero que não sejam incógnitos para sempre. Mas se não for, qual será a graça em ser alguém?! Quem é previsível e explicável jamais possuirá notoriedade. Nem mesmo de si próprio.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A maior preocução em um feriado às 6:30 da manhã

Será que o bar abre hoje?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Voltando...

Claro, estou devendo uma explicação aos pouquíssimos que lêem este blog. A preguiça, depressão e minha introdução ao tratamento psiquiátrico... Bom, não é tão grave assim, mas na terapia estou vendo o quanto de energia deixo de aproveitar por conta de uma tristeza aparentemente sem explicação. Acredite-me, quero escrever há tempos e até o fato de não escrever quando eu quero me deixa triste.
Sempre gostei de escrever a noite e agora tenho de controlar meu sono devido a um distúrbio do mesmo.
Tenho odiado muitas coisas velhas, inclusive conceitos e pessoas. O mundo está velho, doente e, naturalmente triste, não é lugar para jovens, não há método dialético, não há razão e cada vez mais acho que já não caibo neste cantinho.
Agora me escondo sob a falta de egocentrismo, a sociologia e a antropologia. Sob a flanela, o tartan, o denim e o algodão.
Ao mesmo tempo quero estar sozinho, acompanhado, mostrar aos habitantes da caverna que o mundo não é apenas as sombras. Exponho o mundo, os conceitos, as respostas a quem tem perguntas e um norte àqueles que já não o tem.
Pela primeira vez percebo que estou me escondendo de mim mesmo.

sábado, 6 de março de 2010

Gota d´água

Eu devia ter vergonha e escrever quando a memória ainda está fresca. Não que não esteja, mas seria melhor se eu escrevesse quando realmente tivesse a vontade. Novamente sou levado a escrever por algo que durou pouco mais de 20 segundos. Acho interessante fazer uma cena do cotidiano se tornar algo que merece atenção e estudo. E, claro, novamente a história que eu conto aconteceu durante o trabalho.
Era uma bela manhã de quarta-feira, esta do dia 3 mesmo. Passava de meio dia e meia. O sistema de entrega no mercado é claro: depois do meio dia o portão é fechado. O fiscal que cuida do portão vai almoçar. Quem ficou trancado há de esperar a boa vontade do fiscal em voltar e abrir o portão. Havia um pequeno caminhão parado em frente ao portão. Estava ligado, pronto para sair a qualquer momento, esperando anciosamente pela abertura do portão. O motorista aguarda até que inconformado, finalmente surta, chega ao seu limite da paciência. Parecia um clássico esteriótipo de filme: um velho baixinho saindo de seu caminhão com um cigarro pela metade na boca e... uma barra de ferro na mão. Assim como eu, havia mais umas 5, 6 pessoas esperando o canhoto da nota fiscal para que pudessem ir embora. Todos observavam estupefados o velho se aproximar do portão e bater com barra contra o cadeado. Ninguém o impediu. E não era para menos, o velho quebrou o cadeado com os golpes, o que ele faria com alguém metido a besta?! Assim que arrebentou o cadeado, ele abriu o portão, voltou ao seu caminhão e foi embora.
É claro que isso tornou-se um problema mais tarde entre o velho, sua empresa e o mercado, mas para o meu texto é irrelevante. O que merece atenção não é o ato em si, mas o fato de surtar. Sim, não há nome melhor para a situação do que surto. Não foi a primeira vez que ele teve de esperar pelo fiscal. Quantas idéias, preocupações, aspirações, frustrações são necessárias para perder o controle de si mesmo?
Não passei em psicologia, mas, felizmente, a faculdade de administração tem aula desta fascinante matéria. Somos oprimidos o tempo todo. Em todas as relações humanas há relações de poder: o chefe, o pai, o colega que vai pagar a conta... podemos negar em nosso consciente, mas fato é que ali, naquele cantinho que você oprime no inconsciente, há e há muita mágoa.
É fato, sempre nos fica algo preso a garganta, é quase impossível falar tudo que realmente queremos, seja por educação ou por juízo (no caso do trabalho). A princípio temos desânimo, há coisas que queremos fazer e quando podemos, algo nos impede. Depois passamos a ter comportamento infantil frente a um problema. O nosso superego (o mediador entre o consciente e o inconsciente) faz o possível e o impossível para não perdermos o controle de nós mesmos. Mas uma hora ele não dá mais conta do recado.
As vezes é bom parar e pensar até onde se estende nossos limites de paciência, mas lá no fundo, deve ser maravilhoso pegar uma barra de ferro e quebrar o cadeado que nos prende.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Advogado do diabo

Pode ser um absurdo da minha parte, mas depois de ler e reler muitas coisas sobre céu e inferno, bem e mal, passei a cogitar a idéia de que talvez o diabo não seja simplesmente o ser malvado com um tridente que tenta e condena pessoas ao sofrimento eterno.
A história diz que Lúcifer era o braço direito de Deus e que possuia também um incrível conhecimento do bem e do mal, tudo e nada, essas coisas. Ao achar que Deus estava errado em algumas convicções ele expressou sua opinião, convenceu um terço da "frota angelical divina" de que estava certo e deixou o reino dos céus.
Claro, vou lembrar que não sou anti-cristo, nem ateu ou coisas do tipo, mas de fato eu sou anti-religião. Elas difamam a imagem de Deus e o tornam tão mau quanto o demo. Quem discorda de mim pesquise um pouco sobre a idade média ou a igreja universal. Quando eu era uma criança católica, lembro-me de temer a Deus não como respeito, mas sim a medo mesmo porque quase tudo que a humanidade faz hoje em dia é razão para pararmos no fogo do inferno.
O diabo buscou o conhecimento e quis crescer quando o obteve. Para mim ele não passou de um anjo com características humanas e desejos humanos. Quando o homem passa a ter mais conhecimento ele sempre quer mais, quer crescer de todas as formas que pode, financeiramente, amorosamente, etc. E outro ponto é: grande parte das pessoas com um intelecto "superior", que buscou mais conhecimento, passa a se decepcionar com as questões místicas. O mistério da fé para mim, na religião católica, é acreditar naquilo que não há certeza ou garantia alguma que algum dia você irá ver.
Acredito que se alguma coisa leva aos céus é o caráter e que o diabo nada mais é do que um ser que deixa o homem livre para ser humano, ter raiva, ódio, gula, ira, luxúria, sem que isso te condene a uma eternidade de sofrimento. Um suicida que sempre foi bom com as pessoas e não descontava seu sofrimento com os mesmos, só porque em dado momento decidiu dar cabo de sua vida não merece a eternidade no fogo do inferno. A vida é injusta, a morte não.
O homem ao buscar conhecimento e querer crescer se torna um diabo, pois para isso tem de se deixar inúmeros valores religiosos que o condena, quem alimenta uma fé cega se conforma com o que é de cabeça baixa, pois não contesta os valores religiosos com medo não não ter sua vaga no paraíso.
Escrevo este texto indignado com religião. Afinal de contas, acredito que todos já ouviram aquela máxima: "não faz isso que Deus castiga!", mas nunca ouvi "o Diabo castiga" ou "o Diabo tenta". Talvez vivemos sob perspectivas erradas sobre este tema.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Escrever por escrever (puro)

Definitivamente não faço idéia do que escrever, mas achei que ficar quase duas semanas sem escrever no blog e ainda por cima de férias seria um absurdo grave. O problema é que o texto fica pobre, começa em um ponto e termina em outro completamente diferente e eu não quero ficar como Nietzsche: escrevendo um monte de coisa para falar quase nada.
Até o outro blog (sim, comecei a escrever outro blog que irei divulgar em breve) anda as moscas com a minha falta de inspiração.
Vou viajar e espero voltar com novas idéias mesmo que elas tenham surgido em 5 segundos.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Orgia niilista (puro)

A cada dia que passa, menos quero ler Nietzsche. Sei que chegar a este ponto é no mínimo precipitado já que não terminei de ler o livro, mas é fato: o livro é chatíssimo.
A obra que me refiro é Ecce Homo. A princípio caracterizada como auto-biografia, de cara já mostra sua real face: o egocentrísmo.
Para mim, quando se fala em biografia, auto-biografia, penso na história cronológica do indivíduo, fatos de sua vida que merecem ser ressaltados afim de dar graça e interesse ao leitor, o que não é o caso deste livro.
Nietzsche assumi um papel um tanto megalomaníaco. Ele tenta ser grande, parecer grande, mas aos poucos, em pequenos trechos, ele se contra diz. Para um exemplo claro cito a questão de ser ou não um decadente.
Aparentemente, todo mundo é decadente, menos ele e o seu fiel Zaratustra (criado por ele mesmo). Ele cita no início e em vários trechos sobre a dor de estômago, característica fundamental do decadente. A dor ocorre porque o indivíduo guarda para si muito ressentimento, angústia, raiva, desejo de vingança, empatia, compaixão, etc. Porém, em certa parte do texto confessa, ainda que com certo receio, sofrer um pouco do intestino. Pronto, acabou de confessar que é um decadente.
Seu quase extremo machismo é outro fato que já me deixou com menos vontade de lê-lo. Ele definitavemente trata a mulher como a maquina de fazer filhos. Se ela não quer ter filhos ou lutar pelos seus direitos, é uma decadente. Achei um absurdo um sujeito da mentalidade dele não reconhecer os direitos e o alto intelecto que a mulher pode possuir. Acho que se hoje ele soubesse que mulher vota e ocupa altos cargos de chefia, teria um ataque do coração.
O fato é que esta obra já exprime um pouco de sua insanidade, assim como o final de "O Anticristo" cujo o livro é muito bom, mas o final possui trechos que só Zaratustra entenderia.
Na minha cabeça fica a conclusão de que: Nietzsche te da conhecimento suficiente a ponto de se poder questionar o próprio. Em um exemplo esdrúxulo é como se um político investisse em educação e responsabilidade fiscal para no final de seu mandato ser indiciado por corrupção. No mínimo... non sense.
Lendo livros assim, sinto falta daqueles que só parava de ler porque acabavam.

Modernidade

As vezes não sei o que me atormenta mais: querer analisar as pessoas ou me deparar com as invenções contemporâneas. Acredite, o que me motivou a pensar em escrever o que eu chamo de crônica, foi um momento de 5 segundos no trabalho observando algo que, particularmente, nem imaginava que poderiam fazer: televisões com bluetooth!
Como assim?! porque cargas d´água alguém teria esta idéia de colocar tal coisa na tv? bom, agora elas também já tem memória HD igual computador. A da minha sala, por exemplo, tem um HD de 80 giga! Jamais poderia pensar em tal coisa, até uns 3 anos atrás, um computador top de linha tinha um HD assim.
Bom, é interessante pensar que hoje, um computador de 2, 3 anos atrás já não supri mais as nossas necessidades. Lendo um livrinho de tiras na livraria do shopping, quase rolei de rir quando li o cara dizendo: "jamais largaria meu super computador com 64 mega de memória RAM e 10 giga de HD". Supus que a história seja de no mínimo uns 10 atrás. O filme do 007 contra Goldeneye (é um exemplo tosco, sei disso) tem uma cena na qual a moça mostrava-se muito interessada em comprar computadores com HD de... 500 mega.
Isso sem pensar que fazemos de tudo para os nossos arquivos pesarem o menos possível desde o mp3 até arquivos compactados em win rar. No início do ano passado, computador top era 320 giga de HD e 3 de RAM. Hoje é 500 de HD e 4 de RAM. Fazendo um previsão, até o final do ano e meados do ano que vem já estaremos falando em computadores de 1, 2, 3 tera nos pcs (terabyte equivale a 1000 giga).
Nossos celulares agora são peça fundamental do indivíduo, mas a função menos utilizada é de ligar para alguém. Bom, eu sei que não, mas esta é a tendência. Lembro-me de uma revista que dizia: "Celulares que fazem de tudo... até ligação!". Um amigo meu apareceu com um celular que tinha 32 giga de memória. Há 10 anos, em plena época do "tijolão", quem imaginaria um celular que fosse ao menos... fino, um que coubesse no bolso sem parecer uma arma letal?! Letal me refiro porque o centro de discussões sobre o assunto era a questão da radiação que ele emitia, que a longo prazo isso seria maléfico, coisas do tipo. Hoje já falamos sobre o benefício da tal radiação para o retardo do envelhecimento precoce.
O fato é que necessitamos dessas modernidades por mais inúteis que pareçam. Para não tirar o mérito do "inútil", vale lembrar que o telefone quando recém patentiado e divulgado, não causou um furor imediato, inclusive, parecia que seria logo esquecido.
Hoje, não ter um celular próprio é quase como não ter identidade, eu que o diga, que fui roubado há umas semanas e passei uma semana sem a peça. Me sentia isolado do mundo, quase nú, tornou-se uma peça tão íntima quanto uma cueca, guarda sua agenda com o número dos amigos, despertador e ainda te conecta com as pessoas.
É idiota, mas até com este assunto eu parei para pensar e querer analisar o comportamento das pessoas frente à tecnologia atual. É notável como conseguíamos viver sem internet há 20 anos ou como a pouco mais de 10 não precisávamos de nada mais atual que o fabuloso Windows 95, celulares e até o próprio telefone em alguns lugares eram artigo de luxo, jogos da moda cabiam em diskets de 1,5 mega e pronto, não havia mais nada para se inventar. Não vou tirar o mérito do conforto e comodidade que certas invenções nos proporcionam, mas é no mínimo, curioso e engraçado não saber do que ainda vamos precisar e de repente algo até então inútil torna-se artigo de primeira necessidade.
O termômetro a distância, que já foi considerado uma das invenções mais inúteis do século passado, hoje é item obrigatório em uma fiscalização sanitária. O cinema quando recém inventado, segundo o pai dos inventores, daria prejuízo se usado para entretenimento. Quando deu-se origem ao primeiro computador, quem iria querer tal trambolho em casa?!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O preço da hiprocrisia (puro)

Começou no trabalho. Lá estava eu fazendo minhas devidas tarefas medíocres quando, em meio ao mercado, aparece um ex professor meu do colegial. Como era um daqueles que eu tinha grande admiração porque a aula dele era boa e tudo mais, fui cumprimentá-lo todo alegre e também tentando puxar uma conversa, tamanha ociosidade que estava o meu serviço, mas fui praticamente ignorado pelo indivíduo. Bom, ele estava com sua esposa e seu filho, talvez tivesse estressado, sei lá, querendo dar mais atenção pra família, mas na segunda vez que ele foi sem ao menos me cumprimentar... aí eu confirmei que o cara estava mesmo era me ignorando, sem ao menos querer olhar para minha cara. Nessa hora pensei: é, agora que ele já não tem mais a obrigação de me aturar, é assim que me trata.
Agora, pense coletivamente falando: Quantas pessoas têm de nos aturar por obrigação?
Enquanto fui aluno dele, este me tratava com muito respeito, conversamos muito após as aulas para tirar dúvidas e tudo mais, se bem me lembro, nunca fui um estorvo nas aulas dele, principalmente por achar interessante. O que me chateia agora é saber que tudo isso era fachada, um padrão de aturação de aluno. Enquanto pagamos por suas aulas, pagamos pela paciência da pessoa.
Claro, não quero generalizar. Já encontrei outros professores durante o trabalho e eles me trataram super bem, trocamos perguntas pessoais básicas do tipo: "e as crianças, professora? vão bem?". Tanto que esses dias encontrei uma outra professora enquanto saia com os amigos. Ela tem a admiração de todos, dava uma super aula e era engraçada, simpática. Perguntou se a gente tinha passado no vestibular, se ainda namoramos as mesmas pessoas da escola, sobre cuidados que você tem que ter na faculdade, enfim, uma conversa descontraída e agradável.
No trabalho, a gente não sabe muito bem o que pensar. É defintivamente uma metarmofose ambulante. Tento analisar a personalidade do indíviduo, acho interessantíssimo fazer um estudo do comportamento humano e o faço quase o tempo todo. E, logo, você não sabe o que pensar das pessoas, as vezes estas são boazinhas planejando uma maldade e vice-versa.
Bom, como não escrevo para chegar a uma conclusão, mas sim levantar uma dúvida, quanto custa a hipocrisia? Será que pessoas que admiramos, como meu ex professor por exemplo, só nos tolera porque pagamos por suas aulas, ou porque fazemos o trabalho da forma correta.
As vezes penso no trabalho e ouço de um ou outro que fulano falou mal de cicrano, ou de você, já escutei inúmeras vezes que alguém falou mal de mim, mas quando penso em tirar satisfação ele chega como se fosse amigo de infância contando coisas pessoais e perguntando coisas pessoais. Não gosto de falar das coisas pessoais no trabalho, há de se saber separá-los, mas ainda me resta a duvida: Quantas pessoas nos aturam apenas para manter as boas aparências?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Love, love, love (destilado)

Acredito tê-lo escrito há um ano, é um poema sem título, de fato, nunca fui bom com títulos. Escrevi para alguém que amei (ainda a amo, talvez, de uma forma complicada e singular, talvez obsessiva) e se não me engano mostrei uma vez a ela. Modéstia parte, acho que o poema explicava de uma forma razoavelmente direta como era nossa relação.
Bom, lá vai, espero que gostem!

Amar: verbo intransitivo
Que por ti cultivo
Preso ao brilho
Do seu doce olhar

Amor bandido
Que rouba meu coração e põe amor em seu lugar
Não quero meu coração de volta
Quero com você estar

Amor complicado
De gosto fino e requintado
Que embora seja difícil agradar
Sempre o faço de bom grado

Amor único
Limite da ilusão
Que quero de coração
Que seja sempre minha doce obsessão



domingo, 10 de janeiro de 2010

Exame de direção (puro)


Como um jovem de mente imaginativa, confesso, envergonhado, que nunca imaginei como seria meu exame de direção. Bom, confesso também que aconteceu de tudo que jamais imaginaria. Meu exame teve apenas um problema: Uma direção.
Ao contrário da jovem colega que no momento da baliza não consegue frear o carro e bate de frente com a parede, fiz uma baliza, modéstia parte, linda, perfeita, de primeira, menos de 3 minutos.
Fiz até amizade com a examinadora, conversamos altas coisas sobre trabalho e até falavamos de um churrasco. Comecei a andar e de boa. Nem esqueci as centenas de setas para desviar, retornar, sair e voltar de novo. Setas sempre foram um problema pra dirigir. Bom, estava prestes a fazer o que acredito que era a última curva antes de ela me mandar estacionar e encomendar meu CNH quando, não mais que de repente, havia uma árvore no meio do caminho.
Gosto de árvores, nunca tive nada contra elas até que essa me fez uma super mancada: escondeu a placa que dizia "proibido seguir em frente". Não vi a placa, nem reparei no chão, segui reto ao invés de fazer a curva e bum: falta eliminatória. Ainda que se eu tivesse seguido reto mesmo sem aprovação da examinadora, tudo bem, daríamos outras voltas, mas para a minha definitiva falta de sorte, minha reta dava em uma contra-mão. Nem tinha argumento pra retrucar, tentei culpar a simpática árvore, mas o aviso no chão me denunciou.
Nem a examinadora acreditou em uma cagada tão inesperada quanto essa. E como se não bastasse para piorar meu dia, ainda tinha que voltar para o trabalho terminar um serviço que tive de deixar para fazer a porcaria do exame.
Bom, sei que eu passo tranqüilo, mas não deixo de pensar que por causa de uma árvore e uma reta, me impediram de semana que vem receber em casa meu CNH.
Uma reflexão?!
No caso da minha histórinha sobre tirar carteira, ela significa que vou ter de esperar mais um tempo pra dirigir por aí, além de desembolsar uma grana pra refazer o exame. Mas quanto a vida?!
Acho que pela primeira vez na vida, uma escolha tão literal quanto seguir uma reta me levou a contra-mão.
Quantas vezes fizemos as curvas e retas erradas na vida que definitivamente mudaram o rumo das nossas vidas?
Não é questão de uma curva, mas as conseqüências dela.
Como vamos saber quantas vezes andamos numa reta que nos leva a contra-mão?!
Quando for tarde demais pra retornar, talvez.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Fofoca (puro)

Acho muito engraçado essa idéia de um espirro em uma esquina ser uma tuberculose na outra. A questão não é só que uma fofoca é fazer um breve comentário sobre o vizinho, ou, no caso que retratarei a seguir, uma colega de trabalho. O fato é que todos se propõem a aumentar um pouquinho a história fazendo uma pequena situação virar caso de vida ou morte, ou nesse caso, uma quase "rede de apostas".
Imaginem uma jovem mulher, 20 anos, 1 metro e 60, cabelos vermelhos de uma boa tinta, olhos claros, anda sempre com batom, enfim, linda aos olhos de quem vê. Agora, imaginem ela... GRÁVIDA!
"Cara, ela está grávida ou engordou?!" essa foi a minha pergunta. Resposta: "pois é ,cara, ela está grávida". Pronto, para mim, encerrou-se o assunto.
Comentei o fato com o meu pai, não com más intenções, mas porque meu pai a conhece, trabalhavamos no mesmo setor do mercado na época que o meu pai a viu. A pergunta dele: "Esse filho não é do fulano lá, né?!" O fulano é o gerente do setor, conhecido pela fama de "pegador", já engravidou umas mulheres por aí. Como eu não sabia e também nem me interessava respondi que não sabia, mas achava que não era do tal sujeito. Ok, morreu o assunto?! Agora que a coisa esquenta!
Estava trabalhando com o meu pai quando o tal sujeito apareceu. Eles conversaram um monte assuntos até o meu pai perguntar: "Cara, o filho da fulana não é seu não, né?!" "não, não, pode ficar tranqüilo, ela até deu em cima, mas eu pulei fora antes". Ah, sim, claro, desculpa aí. Sinceramente, o cara não é o ícone da beleza, mas pela fama, sempre dá pra contar uma historinha de mulher atrás dele. Contou que esses dias ela o esperava na frente de seu carro, provavelmente pedindo uma "carona"... sabe-se lá pra onde.
"Mas, você sabe quem é o pai?!" Perguntou meu velho. "Ah, tão dizendo que é o fulano de tal, mas, estão até suspeitando do diretor do mercado!" "nossa, mas até ele?!". Meu pai também conhece o diretor e achou bem estranho ele estar no meio da trama.
Bom, entre essas expectativas todas de quem é o pai da criança da tal moça, não é muito difícil de rolar até um bolão para as apostas que deste fato se seguem.
Bom, apostas sejam feitas. A sorte está lançada.
Só tem um pequeno detalhe, pequeno mesmo, quase invisível, o qual me causa até uma espantosa curiosidade: De todos os citados candidatos a pai da criança, por mais incrível que pareça, não vi ninguém citar o pobre, discreto e simpático... namorado da moça, cuja relação dura anos e ela jura amá-lo muito.
ATCHIN!!!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Masoquista? (puro)

Comodidade?! Masoquismo?! Necessidade de se sentir mal?!
Acredito que seja assim que eu funcione.
Me sinto bem quando me sinto mal, preciso me sentir mal para estar bem comigo mesmo.
Em casa eu paro. Preciso descansar, "eu estou cansado, eu estou exausto, eu poderia dormir por mil anos..."
Trabalho 6 dias por semana, meus pais falam o tempo todo sobre trabalho e eu ainda faço uma faculdade ligada ao trabalho. Não é minha culpa odiar tanto o trabalho, mas preciso dele. Preciso de raiva e ódio.
Sabe, tudo me incomoda, ultimamente nem eu me aguento. Acredita que mesmo trabalhando 6 dias por semana meu pai esses dias falou que eu não ajudo em casa. Isso é injusto, um absurdo.
O mundo é cruel, ruim, cheio de maldade, definitivamente ele não é fácil. Por que minha casa tem que ser assim?! Sinto muito papai, mas em casa a última coisa que você vai ver eu ter é entusiasmo com relação ao trabalho, da porta pra fora podemos discutir. Discutir porque pais não sabem conversar.
Fui trabalhar esta madrugada e passei mais de 1 hora revirando-me na cama em busca de um sono que não veio. De manhã quando este começou a chegar e eu comecei a me cansar, tive de aturar o sarcasmo indelicado do velho que não pensou 2 vezes em me encher o saco.
E sabe o que mais me incomoda?!
Preciso disso!
Me estressar, ter raiva,pois me deprime, me inspira, me faz pensar, me faz escrever...
Se eu não tivesse que aturar tudo que me estressa, se pudesse falar tudo que quero, não haveria blog, não haveria intelecto, não haveria o que escrever.
Definitivamente, prefiro ser um estressado intelectual do que um merda despreocupado com a vida e o mundo.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Ano novo, vida nova? (puro)

Depois das festas de ano novo, é hora de seguir todas as resoluções propostas por si mesmos. Afinal de contas, por que resolvemos criar regras para nós mesmos?!
Sim, passei a ter muita raiva de regras desde que minha cabeça passou a viver em quase total niilismo. Depois de ler Nietzsche então, o niilismo resolveu se implantar em mim.
Sei la, deve haver algo bom em se auto-regrar. Eu, por exemplo, decidi parar de fumar ainda que de vez enquando como sempre fiz. Decidi que minhas vidas seriam renovadas e tudo mais, mas na hora de por em prática... Queria viver mais intensamente e passei o primeiro final de semana em casa, deprimido, com aquela super vontade de fazer nada.
Como aquela questão em uma aula de psicologia que tive, a depressão, o cansaço nos pega tão forte que quando temos tempo para parar e fazer o que queremos, é como se simplesmente decidimos não mais fazê-lo. E logo, nossa deprê piora.
Oh, sim, ficar em casa tem lá suas vantagens. Estou lendo livros freqüentemente, no momento, leio contos do Franz Kafka.
Outra coisa: se você está deprimido e ler Nietzsche, seguido de Kafka, fique longe das janelas, pois em uma delas você vai querer pular.
Como foi seu natal?! Lindo natal, aprendi que nessa época, aliás, em qualquer outra, jamais conte a sua avó que você não é católico. Sabe o que pior?! Ela me tratou como se eu tivesse 5 anos e fosse extremamente volátil quanto a decisões deste tamanho. E quando eu contei certas teorias que criei, ela não quis discutir, mas certamente, não querendo ser presunçoso, ela não tinha argumento para rebater minha questão.
Porque nascemos com o pecado original?! Oras, se Jesus morreu por nós, eu nasço sem pecados e todos os meus pecados são perdoados, pois alguém já pagou por eles, certo?! Outra. Qual era verdade que Adão e Eva deviam descobrir?! Não havia verdade. Se você vive em um mundo onde só existe você e seu cônjuge, não há fome, nem miséria, política, crimes, etc, que verdade há para se descobrir?! O gosto de uma fruta e olhe lá.
Ok, voltando ao assunto principal, qual é a graça do ano novo?! Particularmente eu o odeio. Odeio começar coisas assim como odeio termina-las. Coisas boas, de fato. Odeio começar uma relação amorosa, por exemplo, mas gosto do meio, de manter o meio e o fim disso é horrível, como se deve ser. O ano é assim pra mim. Eu gosto do ano entre março até o fim de outubro e olhe lá. Novembro é ruim, sinto o cheiro do final do ano, a nostalgia e o papai noel que começa a aparecer em cantos por aí. Depois disso vem dezembro, natal, e quando você menos espera, depois de uma coisa como o natal, temos um ano novo pra começar tudo de novo. É um ciclo que me incomoda. Tento refletir o ano durante o meio, mas é como se só no final do ano e no começo de outro, é que o tempo decide parar e me dar o direito de pensar no que se passa, no que passou.
Isso tudo é o medo das coisas novas. De mudanças que podem ser definitivas, como muitas que me ocorreram ano passado.
E lá vai eu passar o ano com minhas vestes preferidas. De repente, questionado por minha mãe sobre minha camiseta, respondi "vou com aquela do Nirvana". "Mas de preto?!"
"Oras, se fosse uma cor que me trouxesse paz, eu não teria tido o ano mais conturbado da minha vida!"